sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Aconteça o que acontecer

Depois de um passado que fez chorar,
Vem o presente que eu quero viver,
Eu sei onde e com quero estar,
E todos os medos consegui esquecer.
Como todos aqueles que sabem sorrir,
Como todos aqueles que têm o brilho no olhar,
Contigo decido fugir,
Para um mundo que nós decidimos inventar.
Chegou o dia para o passado esquecer,
No futuro deixar de pensar,
O presente viver,
E contigo, aconteça o que acontecer, estar.

O beijo que nunca irás recordar

Não consigo o caminho encontrar,
Apenas me consigo perder,
Entre muitas palavras que se estão a soltar,
Entre outras tantas que ficam por dizer.
Sei onde estou,
Mas não é onde quero estar,
Quero ser o que não sou,
Quero ser o teu toque, o teu ar.
Palavras ficam por dizer,
Pois não as consigo soltar,
Abandono o meu ser,
Sem conseguir falar.
O caminho não quero encontrar
Estou eternamente a morrer,
Por toda a escuridão,
Que não consigo vencer,
Pelos medos que não consigo ultrapassar,
Por tudo o que quero e não consigo fazer,
Mas acima de tudo por te estar a amar.
A vida estou a perder,
Pois viva nunca me irás amar,
Por isso sem nada conseguires ver,
Toco na tua pele e os teus lábios consigo beijar,
Agora não há mais nada a fazer,
Apenas o beijo que não sentiste, eu posso recordar.

O amor inacabado

Hoje mais uma vez acordei,
Abri os olhos, ainda estava a amanhecer,
O chão de novo pisei,
Mais um dia para sobreviver.

Uma lágrima decidiu cair,
Sem me conseguir levantar,
Onde estava a vontade de sorrir?
Onde a iria conseguir encontrar?

Sem as conseguir conter,
Elas conseguiram-me por completo dominar,
Queria de novo voltar a adormecer,
Mas tinha que os problemas enfrentar.

Não consegui aguentar,
E a minha cara tive que esconder,
Pela vergonha que me estava a matar,
Pelo amor que aos poucos me fazia morrer.

Tentei a minha força encontrar,
Parecia ser algo impossível de fazer,
A cara consegui mostrar,
E as lágrimas consegui deixar de verter.

A vida iria continuar,
E tu mais tarde irias perceber,
O quanto eu te estava a amar,
O que tu para o resto da vida irias perder.

Quando decidiste por mim lutar,
Mal sabias o que estava a acontecer,
Podias muito amar,
Mas eu estava a morrer.

Nada te consiga contar,
E tu nada conseguiste perceber,
O teu amor tive que rejeitar,
Doe-se o que tivesse que doer.


Quando vieste para me beijar,
Apenas restava o passado,
Ficou o beijo por dar,
E um amor inacabado.

Como é que alguém pode admirar uma vida sem a conhecer?

Só preciso de contigo estar,
Sem nada dizer,
Preciso de alguém a quem me possa agarrar,
Preciso de estar com alguém sem ter de as lágrimas conter.

Preciso de fugir para outro lugar,
Como é que alguém pode admirar uma vida sem a conhecer?
Não aguento, não consigo aguentar,
Agora nas lágrimas resta-me perder.

Só eu sei o que é esta dor sentir,
Sem a sequer a demonstra.
Também sei o que é sorrir,
Quando apenas se quer chorar.

Não consigo mais sozinha lutar,
Desisto, não consigo mais nenhum caminho percorrer,
Nunca tanto de ti pensei precisar,
Será que alguém tem noção do quanto estou a sofrer.


Será que alguém sabe o quanto sozinha me estou a sentir?
Será que alguém sabe o quanto estou a sufocar?
Jamais esta tristeza um dia enfrentar irei conseguir,
Estou a morrer aos poucos com o coração a sangrar.

O anjo branco

Parece simplesmente vaguear,
Como se nada estivesse a perceber
O frio estava cada vez mais a gelar
Sem o brilho dos seus olhos desvanecer.

Caminhava e continuava a caminhar,
Como se algo quisesse sem se quer o quê saber,
Um leve sorriso atento está a esboçar,
Mesmo sem o querer.

Era aquela pequena criança,
A única entre muitas pessoas a passar,
Que transmitia esperança,
E ternura de quem sabe a vida valorizar.

Parecia não saber o que dizer,
Parecia mais ainda que não sabia falar,
Nem sequer o seu nome parecia saber,
Apenas tudo queria observar.

Entre tanta admiração,
O seu nome conseguiu soltar,
Sem se quer ter noção.
No meio das nuvens é um anjo branco a realçar.