sexta-feira, 18 de abril de 2014

Espelho Quebrado

«...Quando acordei, olhei-me ao espelho. Estava ali apenas o meu reflexo cheio de pensamentos vazios tal como o meu olhar e o meu coração.
Nada fazia sentido. Mas como era possível alguma coisa fazer sentido? Tudo estava errado. 
Foi difícil levantar-me de uma cama que foi nossa, foi difícil sentir o teu perfume pela casa, foi difícil olhar para o meu lado e saber que não estavas lá, foi difícil aceitar que ficaram palavras por trocar, beijos por dar, olhares por se cruzarem, planos por se concretizarem e sonhos por sonhar.
O que sobrou de nós foi uma cama vazia, dois caminhos distintos, dois corpos separados e um amor acabado. 
De mim o que sobrou foi nada. Um nada muito grande. Um nada com todas as noites que fiquei á tua espera na cama, um nada com todo o nosso futuro idealizado destruído, um nada com todos os sorrisos fingidos, um nada com todas as lágrimas derramadas, um nada com recordações de momentos encenados, um nada com um amor acado, um nada com uma traição, um nada com um coração partido.
O nosso amor foi vidro, tu quebraste-o, eu cortei-me, e já nada poderá ser emendado.
Eu decidi partir o espelho para o qual estava a olhar e dessa forma soltar toda ou pelo menos maior parte da dor presente em mim.
Agora sempre que acordo, olho para o espelho e lembro-me que serei mais forte, que doa a quem doer irei lutar pela minha felicidade, pelo meu sorriso, pela minha vida, por mim, e jamais alguém me voltará a destruir...»


 





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