«...O amor...o amor não é um simples sentimento, que nos prende, que nos amarra a alguém.
O amor é aquilo que nos faz perder entre palavras, entre outros tantos sentimentos, entre olhares. É aquilo que nos faz deslizar pelo sorriso da outra pessoa, que nos faz arrepiar a cada toque.
O amor é a saudade que me ataca durante a noite, é o desejo de adormecer todos os dias ao teu lado, é o medo que me arrasa ao pensar que o nosso presente poderá vir a ser apenas o nosso passado.
Todo medo que me assombra é insuportável, eu preciso dos teus beijos para sobreviver, da tua mão que me dá forças para lutar, preciso do teus abraços que me aquecem durante todas as noites gélidas do meu coração, eu preciso de ti, aqui ao meu lado.
Mas sabes o que dói? Estar no meio de uma multidão e sentir-me sozinha, saber onde estou e sentir-me perdida, estar a sorrir e só querer chorar.
Acima de tudo, dói a incerteza de te beijar, de te abraçar, de dizer que te amo, a incerteza do que está certo e do que está errado, a incerteza de um futuro que pode não existir.
A única certeza são todas as palavras escritas ao mesmo tempo que todas as palavras parecem acabar, como se não houvesse mais nada a dizer, ou talvez haja... e eu sei que há... da mesma forma que sei que te amo, mas não sei como o expressar, não tenho jeito com palavras, por serem algo tão simples, conseguem ser tão complexas.
É por isso que amo escrever e odeio tudo o que escrevo.
As palavras parecem ser ocas, tão vazias tal como um ser que é obrigado a sorrir e que mais tarde, perdido entre a escuridão da noite, deixa um rasto de gotas de água salgada de uma mar cujo o seu sofrimento é tão grande tanto quanto o seu tamanho.
As palavras são aquilo que jamais conseguirei dizer, apenas consigo atira-las para um papel, que com o tempo fica velho, amarelo, apagando cada letra nele registado, não passando disso, palavras, palavras escritas num papel que vai ficando velho e gasto pelo tempo, carregado de sabedoria, capaz de esquecer todas as palavras, todas as letras com a chegada de um futuro, que não consegue esperar, deixando para trás todo o passado, deixando todas as boas memórias num sonho perfeito, longe de todos os erros cometidos, longe de todas as lágrimas derramadas.
Um passado imperfeito que a poucos interessa, tal como os cortes, as lutas em vão, as quedas e tudo aquilo que nada mudou, mas um passado que fez de nós aquilo que somos hoje, um passado que juntou os nossos corações, amarrou as nossas mão e uniu os nossos lábios...»
Sem comentários:
Enviar um comentário