sábado, 28 de junho de 2014

Próprio Valor

«...É difícil viver num mundo as palavras não têm o seu próprio valor onde um «oi» é dito porque se o tem de dizer, onde um «está tudo bem?» é dito porque parece bem.
As palavras são muito mais do que aquilo que as pessoas fazem delas, olhamos á nossa volta e são poucos ou nenhuns aqueles que lutam contra isso ou realmente se importam.
Por isso falo pouco, atrás do meu silêncio estão as vezes que caí, que sofri, que me levantei sozinha, porque cada palavra dita era vazia, não tinha qualquer valor, cada palavra dita era uma mentira.
Como é possível alimentar uma vida com mentiras?
Por tudo isto, todas as noites deito-me a sorrir e adormeço agarrada a uma almofada onde deixo cair cada lagrima.
Este é o motivo que me faz calar, que me faz sofrer, o motivo que me obriga a esconder tudo o que sinto, é por isto que quando perguntam se está tudo bem respondo simplesmente que sim, pois mesmo que afirmasse o contrário nada iria mudar.
Escondo o passado, sofro em silêncio, vivo por cada palavra escrita, respiro por cada virgula, luto por cada reticência.
É por tudo isto que jamais algum dos meus textos terminará com um ponto final...»

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