«...Pensava que todo este medo e toda esta insegurança era devido ao nosso passado e que com o tempo iria passar, mas estava enganada.
Dou constantemente a questionar-me se me amarás mesmo e passo a noite ser desafiada por pensamentos que insistem em ficar dentro da minha cabeça fazendo-a girar em torno de uma resposta que pode nem se quer existir.
Apenas tenho certezas naquele momento, naquele momento em que me agarras por trás e me dizes docemente que me amas, naquele momento que me abraças tão forte como se tivesses medo de me perder, naqueles momentos em que estás distraído com as minhas mãos enquanto eu estou distraída a olhar para os teus olhos.
Sinto-me segura quando olhas para mim, sinto-me segura quando falamos ou quando estou contigo.
Mas quando penso em tudo o que passámos e estamos a passar, tenho medo, tenho medo de acordar e tudo isto não passar de um sonho, os abraços, as palavras, os beijos, as brincadeiras, os momentos, eu e tu, tu e eu, nós os dois juntos.
Por isso todas as noites tenho medo de adormecer, porque sei que no dia seguinte, ao acordar poderei ter de enfrentar uma realidade que poderá ser dolorosa.
Tenho medo de acordar todas as manhãs, depois de ter passado a noite anterior a pensar como seria a minha vida sem ti.
O vento sopraria da mesma forma? O sol iria brilhar tanto como nos outros dias que passei contigo e seria capaz de aquecer tão intensamente os corpos que vão desfilando pelas ruas? O brilho intenso dó sol refletido sobre o mar alguma vez mais seria igual? Como poderia o nascer e o pôr do sol terem o mesmo significado?
Porque eu te amo, muito mais do que possas ou consigas imaginar, eu jamais te conseguirei dizer que todos os dias vivo com um medo insuportável de te perder, que me persegue a cada instante, a cada segundo, e não consigo ponderar o facto de um dia ter de seguir o meu caminho longe de ti, sozinha.
Nunca conseguiria enfrentar um caminho sombrio, sem rumo, sem direção, sem certezas do que querer e sem nada saber.
Só há um caminho pelo qual eu quero andar, onde me quero perder sem nunca uma saída encontrar, onde o sol brilha intensamente refletindo-se sobre o mar, que estende o seu trave salgado pelas rochas que são como um ponto de partida para um horizonte sem fim.
Um caminho contigo, um caminho ao teu lado, não importam as quedas, os momentos ou se quer as palavras, interessam as virgulas que fazem a nossa história avançar e as reticências que não permitem que ela chegue ao fim...»
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