terça-feira, 29 de julho de 2014

Alguém Como Eu

«...Não importa quem sejas, não importa o que digas e tão pouco o que faças.
Não é preciso saber a história, nada disso interessa, a vida é feita de histórias e momentos mas tu és feito daquilo que sentes.
Nada precisa de ser dito, só precisas de ser tu.
Não interessa que não hajam palavras para trocar, pudemos simplesmente ficar quietos, apenas nós ali, apenas nós e tudo o que nos rodeia e o nosso olhar.
O mesmo olhar que me faz viajar não sei bem por onde e me deixa perdida em sonhos, o mesmo, o mesmo olhar, que sem saber o porquê, me faz sorrir, o olhar que não conheço mas que todas as noites imagino.
No fundo imagino alguém como eu, alguém que se sente desamparado e sozinho, alguém que vive todos os dias dependente de um abraço que não recebe, alguém que imagina um ''adoro-te'' ou um ''amo-te'', alguém que sonha um dia conseguir sorrir verdadeiramente, sem fingimentos, sem aquela vontade enorme de cair em cima da cama e fechar os olhos, sem aquela lágrima a querer soltar-se, apenas sorrir verdadeiramente. Ao mesmo tempo imagino alguém sonhador e lutador, alguém que procura nas suas quedas mais força e mais motivos para continuar, alguém que por mais dor que sinta, todos os dias enfrenta um novo dia, sem nunca desistir, mesmo que por vezes seja essa a vontade.
Imagino-te alguém como eu, mas acima de tudo, imagino-te a ti, apenas a ti...»

domingo, 27 de julho de 2014

O Fruto Proibido é o Mais Apetecido

«...Olhei á minha volta, apenas via o mundo.
A cidade era invadida pela noite, e a luzes expandiam-se pela escuridão, que vinha numa tentativa falhada de impedir cada um de ver o seu caminho.
O que a escuridão não sabia, é que todos aqueles que viam, eram os mais cegos.
Eles não reparavam na beleza da noite, na forma como a lua subia ao céu, na forma como o vento soprava, na forma como as ondas rebentavam acabando por chocar contra as rochas, como se fosse um grito para aqueles que não conseguiam ver, um grito para aqueles que não conseguiam ouvir, mas acima de tudo um grito para aqueles que não conseguiam sentir.
Como era possível alguém amar se não conseguia sentir? Como era possível alguém sentir qualquer tipo de sentimento se não está disposto a isso?
Eu sentia, ou melhor eu senti. Mas o medo assaltou-me e fez-me refém dele n,ão havia forma de fugir disso, julgava eu.
Mas eu comecei a ver s coisas de forma diferente, o brilho da cidade, o cheiro do mar, o toque do vento, o sabor do correr riscos, a adrenalina da aventura... mas não podia contar nada a ninguém. Ninguém iria perceber.
Mas faltava alguma coisa. Eu precisava de descobrir o que era, eu não conseguia viver incompleta.
Procurei por todo o lado, mesmo não sabendo o que andava a procurar. Eu estava a conseguir viver pela primeira vez e precisava mesmo de encontrar fosse o que fosse que eu tanto ansiava alcançar.
Foi então numa noite, onde o mar preenchia todo o meu olhar, quando pensei em desistir,  que tu te aproximas-te de mim, me olhaste nos olhos, me deste a mão e me beijas-te.
Tinha encontrado finalmente o que tanto procurei: Amor.
Depois disso partis-te, partis-te em direção ás estrelas.
Nesse momento escorregaram lágrimas de saudade por tudo o que não aconteceu.
Todas as noites costumo ir em direção ao mar e ver as estrelas, sei que tu estás lá, sei que é uma delas.
Mas eu não consigo esperar mais. Não posso esperar para nos olharmos nos olhos mais uma vez, não posso esperar para darmos as mãos mais uma vez, não posso esperar mais por um beijo teu.
Por isso saltei sobre o mar que me deu asas para ir ter contigo, e voltar a ver o teu olhar, o teu sorriso, a tua figura.
O fruto proibido é o mais apetecido, mas não é impossível, tal como o nosso amor, não importa onde esteremos, irá sempre existir...»


sábado, 26 de julho de 2014

Eterna Saudade

«Depois de tantos momentos contigo viver,
Sempre deles me lembro e começo a pensar,
Excelente era se tudo voltasse a acontecer,
Mas contigo ao teu lado acordar.

E quando me envolves no teu abraço caloroso,
Um gesto teu que me dá segurança,
De todos os gestos o mais amistoso,
Que tudo me ajuda no mundo ter mais confiança.

A saudade é a queda de uma lágrima,
Que cai com esse motivo mas cai sem querer,
Surge quando uma nova página é virada,
Quando os momentos não foram esquecidos
E existe vontade de mais uma vez os viver.

Saudade e o passado amar,
Por todos os momentos até aqueles que consegui esquecer,
Saudade é reviver uma historia que ao passado nos faz voltar,
Em que todos os momentos marcam e nos fizeram crescer.

Saudade não significa tudo lembrar,
Saudade é com o passado adormecer,
E o passado é quando me estavas a abraçar,
E tudo a minha volta fazias-me esquecer.

Saudade é não saber o que querer,
Apenas desejo de que tudo atrás possa voltar,
Desejo de o passado reviver,
Desejo de algo sentir o desejo de voltar a amar.

Saudade é ter fome e mastigar,
Sem nada se poder comer,
Saúde é apenas com lembranças sonhar,
Porque o passado não pudemos reviver.

Saudade é da lembrança fugir,
Como se tudo de novo pudesse acontecer,
Saudade é um sentimento de que ninguém pode fugir,
Porque ninguém depois tem sítio para ir ter.

Saudade é apenas saudade,
O sentimento de algo desejar,
É a procura do passado viver com liberdade,
Que faz as lágrimas o rosto molhar.

Sentimentos é algo que não se pode explicar,
Algo que com palavras não se consegue dizer,
Algo que até com pequenos gestos se consegue provar,
Gestos que são difíceis de esquecer.»

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Afinal Todos Somos Escritores

«...Dei por mim acordada ás três da manhã, não tinha sono, apenas tinha uma grande vontade de escrever.
Agarrei numa folha de papel e numa caneta de tinta azul, a que estava mais a mão, e comecei, quer dizer, eu tentei.
Havia em mim uma enorme vontade de escrever, sentia essa necessidade, eu precisava de fazê-lo, mas as ideias estavam tal e qual como o sono, andavam desaparecidas.
Eu não desisti. Apenas deitei a minha cabeça sobre aquela folha livre de qualquer vestígio de tinta e fechei os olhos. Jurava ter sido apenas um momento, mas foram largas horas que assim permaneci, tudo estava igual, eu estava na mesma posição, a folha continuava limpa e escondida debaixo da minha cabeça e a caneta continuava presa entre os meus dedos que com a rotina e com o tempo já não eram quase capazes de a soltar. O que tinha mudado eram os ponteiros do relógio, porque até as ideias continuavam perdidas não sei bem por onde.
Para mim naquele momento não era importante escrever sobre o amor, a saudade ou sobre aquilo que sentimos, naquele momento nada para mim era importante ou quase nada.
Estava apenas eu ali, com a folha e a ''borra-tintas'', aquele silêncio era agradável e ter a mente vazia ainda conseguia ser mais, e comecei a escrever.
Comecei a escrever sobre nada, afinal todos somos escritores, não interessa o que escrevamos...»

Dois Corpos Únidos

«A lua brilhava,
O vento limitava-se a entregar,
A lua mais longe ir desejava,
Mas o vento não ninguém sabia amar.

A lua magoada ficou,
Por o vento o mesmo que ela, não desejar,
Sentiu dor como se fosse a primeira vez que alguém a magoou,
E prometeu nunca mais amar.

Ninguém regras me irá impor,
Por aquilo que quero vou lutar,
Chega! Vou acabar com esta dor,
Chega de sofrer, chega de amar.

Porque amar é amar,
Porque quem ama tem prazer,
Desta forma os corpos juntar,
Desta forma tudo o resto esquecer.

Depois de os corpos juntar,
Os corpos já mais começaram a ceder,
Num ritmo de quem sabe amar,
Num ritmo de quem não está a sofrer.

Os corpos começaram a transpirar,
O seu suor gotas de prazer,
Que faz os sentimentos gritar,
E tudo o resto esquecer.

O corpo oposto agarrar,
Para não o deixar partir,
Para unidos os corpos continuarem a dançar,
Tão unidos que nada separá-los irá conseguir.

Dois corpos tão unidos que num se conseguiram transformar,
Com a voz trémula, pois até ela começa o prazer sentir,
Com toda a sua força começa os lençóis a agarrar,
Pela noite fora os corpos se continuaram a mover.

Já tinha acabado a noite e começava a amanhecer,
Os corpos cada vez mais apreçados pareciam estar,
Cada vez mais depressa se estavam a mover,
E os seus olhares os corpos estavam a penetrar.

Horas e horas sem parar,
E nem um segundo pareciam ceder,
Cada vez mais os corpos estavam a desejar,
Cada vez mais os corpos um no outro se estavam a perder.

O ritual não tinha fim,
Os seus beijos pareciam não acabar,
Nunca tinham sentido nada assim,
Os seus corpos não se conseguiam controlar.

Naquele ritmo vai e vem,
Num ritmo de quem sempre mais esta a desejar,
Ambos os corpos queriam ir mais alem,
Mais longe do que o próprio alcançar.

Cada vez mais os corpos se uniam,
Num ambiente abrasador,
Cada vez mais um do outro queriam,
Cada vez mais se tornava intenso aquele odor.

Os corpos mais se uniam,
Os corpos mais se amavam,
Os corpos mais que o mais queriam,
Os corpos mais que o mais desejavam.

Cada vez mais o ritmo acelerava,
Cada vez mais se podia sentir o cheiro do prazer,
Cada vez mais se desejavam,
Cada vez mais se queriam conhecer.

Naquela dança inesperada,
Que fim não parecia ter,
ela sentia-se cada vez mais desejada,
Nado os fazia ceder.

Eles apenas se desejavam,
Eles apenas se queriam conhecer,
Eles cada vez com mais desejo gritavam,
Eles só queriam mais e mais prazer.

Eles nunca se largavam,
Eles não queriam parar,
Beijos, olhares, toques que se entrelaçavam,
Que faziam com mais intensidade os corpos balançar.

Já num ritmo que ninguém consegue alcançar,
Com mais força para que mais pudessem sentir,
Foi então que a começou a penetrar,
Para que mais longe ela pudesse ir.

Ela mais forte começava a gritar,
O seu gemido de longe se conseguia ouvir,
Ele cada vez com mais força começava-a a agarrar,
Para que mais prazer ambos pudessem sentir.

Correu a ultima gota de prazer,
Tanto o corpo de Eva como de Adão,
Unidos vieram a adormecer,
E deste gesto surgiram os sentimentos, a paixão.

Criaram o amor,
E fizeram com que todos o sentissem,
Sem vergonha, sem pudor,
Para que lutassem e nunca desistissem.

O amor a todos fizeram chegar,
E a esperança fizeram nascer,
Sem nunca o amor negar,
Sem nunca o amor esquecer.

Agora chamo esperança ao amanhecer,
Agora chamo amor ao luar,
Por tanto eu sofrer,
Na Eva e Adão não consigo acreditar.

Eles criaram o amar,
O amor é preocupação,
É um jogo onde regras não se pode impor,
É um jogo onde se joga com o coração.»

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Para Eternamente Te Continuar a Amar

«Sinto-me sozinha,
Tento encontrar uma forma de sorrir,
Sinto-me perdida,

Não posso mais fugir.
Até por mim fui iludida,
Tento agora me encontrar,
Sem perceber que isso de nada valia.
Agora é tarde de mais para atrás voltar.
Deito-me e só quero adormecer,
E de novo com o vazio volto a sonhar,
De pouco vale viver,
Quando pouco há para conquistar.


Esta noite contigo sonhei,
Ao meu lado deitado estavas,
Os teus lábios beijei,
Enquanto tu me abraçavas,
Eu me arrepiei,
Dizias-me palavras doces e delicadas,
Por elas me apaixonei,
A minha pele com desejo molhavas,
Até que finalmente acordei,
Ao meu lado já não estavas, 
Senti saudades tuas,
Enquanto em ti pensava.

Tento tudo enfrentar,
Sem um pouco de mim conhecer,
Foi a única resposta que consegui encontrar, 
Por pensar que este grande amor iria conseguir esquecer.


Antes de perceber,
Pensava ser paixão,
Depois de ver as ondas rebentar nas rochas bater,
Fiquei a pensar que seria obsessão,
De tanto desejar e de tudo querer,
Tudo se tornou desilusão,
Queria-me afundar no mar e conseguir perceber,
Mas tudo se tornou uma confusão,
Já não sei o que desejar já não sei o que querer
Entre quais dos corpos amar,
Entre quais dos corpos me
perder...

Palavras repetir,
Para mais um virgula acrescentar,
Para eternamente continuar a sorrir,
Para eternamente te continuar a amar.»