«...Olhei á minha volta, apenas via o mundo.
A cidade era invadida pela noite, e a luzes expandiam-se pela escuridão, que vinha numa tentativa falhada de impedir cada um de ver o seu caminho.
O que a escuridão não sabia, é que todos aqueles que viam, eram os mais cegos.
Eles não reparavam na beleza da noite, na forma como a lua subia ao céu, na forma como o vento soprava, na forma como as ondas rebentavam acabando por chocar contra as rochas, como se fosse um grito para aqueles que não conseguiam ver, um grito para aqueles que não conseguiam ouvir, mas acima de tudo um grito para aqueles que não conseguiam sentir.
Como era possível alguém amar se não conseguia sentir? Como era possível alguém sentir qualquer tipo de sentimento se não está disposto a isso?
Eu sentia, ou melhor eu senti. Mas o medo assaltou-me e fez-me refém dele n,ão havia forma de fugir disso, julgava eu.
Mas eu comecei a ver s coisas de forma diferente, o brilho da cidade, o cheiro do mar, o toque do vento, o sabor do correr riscos, a adrenalina da aventura... mas não podia contar nada a ninguém. Ninguém iria perceber.
Mas faltava alguma coisa. Eu precisava de descobrir o que era, eu não conseguia viver incompleta.
Procurei por todo o lado, mesmo não sabendo o que andava a procurar. Eu estava a conseguir viver pela primeira vez e precisava mesmo de encontrar fosse o que fosse que eu tanto ansiava alcançar.
Foi então numa noite, onde o mar preenchia todo o meu olhar, quando pensei em desistir, que tu te aproximas-te de mim, me olhaste nos olhos, me deste a mão e me beijas-te.
Tinha encontrado finalmente o que tanto procurei: Amor.
Depois disso partis-te, partis-te em direção ás estrelas.
Nesse momento escorregaram lágrimas de saudade por tudo o que não aconteceu.
Todas as noites costumo ir em direção ao mar e ver as estrelas, sei que tu estás lá, sei que é uma delas.
Mas eu não consigo esperar mais. Não posso esperar para nos olharmos nos olhos mais uma vez, não posso esperar para darmos as mãos mais uma vez, não posso esperar mais por um beijo teu.
Por isso saltei sobre o mar que me deu asas para ir ter contigo, e voltar a ver o teu olhar, o teu sorriso, a tua figura.
O fruto proibido é o mais apetecido, mas não é impossível, tal como o nosso amor, não importa onde esteremos, irá sempre existir...»
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