«Ás vezes faltam as palavras, as palavras que descrevem o que sentimos, o que somos e tudo o resto, talvez isto aconteça porque não encontro a definição de nada quando possivelmente nem me atrevo se quer a procurá-la, não as procuro tal como não procuro tudo o resto.
Eu não posso dizer que te encontrei ou que tu me encontras-te quando nenhum de nós procurou um pelo outro, cruzamo-nos por acaso, e esse ''por acaso'' repetiu-se todos os dias, até amanhã, até depois, até sempre.
Não sei ao certo quanto tempo durará o nosso sempre, mas espero que seja mais que uma vida, mais que uma eternidade, mais que um infinito, que seja para além do que possa ser.
Ás vezes quero dizer tanta coisa, não sei porque não digo, se por serem difíceis ou simplesmente medo, o próprio medo que tenho ou que poderão ter, mas sem questionar há alguém lá, por mais que me sinta completamente sozinha, completamente perdida, há sempre alguém, sem condições, apenas promessas para uma vida.
É como acordar de um pesadelo onde perco tudo o que não tive e mesmo assim sentir o conforto de um abraço que não está a ser dado, é como ser obrigada a sair do meu porto-de-abrigo e sentir-me segura com a presença de alguém que existe e não está lá, é como se o secar das lágrimas fosse alguém a limpá-las sem se quer as ver.
Talvez não interessa as palavras, talvez não interesse o que somos, quem somos ou do que somos feitos, somo apenas nós, apenas nós a tentarmos ou sermos felizes, não interessa a forma como o somos, interessa que sejamos.Não digo o quantos és importante, o quanto és especial, o quanto preciso de ti, tudo isso já foi dito, não o quero repetir, pois volta-lo a fazer faria tudo isso perder o seu valor e eu não iria á procura de novas palavras porque acredito que o melhor, sem procuras, vem apenas por acaso, tal como tu vieste, sem avisar, sem pedires permissão, apenas apareces-te, e ficaste.
Por isso, todos os sorrisos involuntários, por todos os risos incontroláveis, por cada promessa feita, faço mais promessas, a promessa de lutar, de nunca desistir de nós, de nunca deixar a nossa amizade, de nunca te deixar, a promessa de um sempre que acaba com um fim, um fim com reticências porque estarei sempre a olhar por ti, aqui, ali, acolá, não interessa onde, em qualquer sitio estarei lá... SEMPRE...»
