quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Á Procura Do Rumo Certo

«Escrevo uma palavra, escrevo outra, tento escrever uma frase com sentido mas acabo por tropeçar nas palavras restando apenas rabiscos.
Pergunto a mim mesma o porquê de ainda estar acordada sem sequer pensar numa resposta. Não interessa o porquê, simplesmente estou, afinal a resposta não iria mudar nada.
Poderia ficar a pensar em milhares de coisas, que me ficariam a atormentar toda a noite ou pelo menos até conseguir adormecer, em vez disso, limito-me a tentar escrever, escrever algo que alguém perceba ou algo com algum o seu valor.
Entre um gole e outro de café, rabisco, rabisco, rabisco e nada passa disso rabiscos.
O sono anda perdido, no entanto os olhos cansados dão sinal e as mãos já fartas de tentativas falhadas, deixam a caneta com a ponta ainda cheia de tinta aterrar sobre o que tentara fazer durante horas e horas sem qualquer efeito.
Aquilo que eu antes chamava de rabisco não passava agora de um enorme borrão, talvez me sentisse assim, um borrão.
Permaneci imóvel, sem conseguir reagir, fiquei ali sentada a observar a tinta a alastrar-se lentamente como se estivesse esta sentisse prazer em destruir cada palavra,
Por momentos senti um vazio, cada tentativa por mais falhada que tivesse sido significava qualquer coisa, talvez significa-se cada sonho pelo qual tinha lutado e não tive sucesso.
Porquê no meio de tantas tentativas nenhuma deu certo? Nada disso agora importava, afinal estavam submersas em tinta.
Pensei em desistir, era a minha vontade, mas a minha mão agarrou novamente na caneta, desta vez com mais firmeza e recomecei.
Não sei como o fiz, não sei porque o fiz, mas fi-lo.
Talvez seja mais uma tentativa falhada de um sonho dar certo, mas não vivo de um ''talvez'', eu vivo de certezas, desistir seria sem duvida a tentativa mais falhada de qualquer coisa resultar.
Então decidi insistir nas tentativas falhadas até que um dia seja bem sucedida e se nunca acontecer permanecerei em cada falha, ás vezes é lá que se encontra o sucesso, afinal temos que aprender com elas.
Deixei por fim o meu corpo cair lentamente sobre a secretaria, os cabelos cobriram-me o rosto, os meus olhos cansado fecharam-se e adormeci, adormeci para quando acorda-se poder falhar até encontrar um rumo certo...»


 

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