quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Liberdade

Ás vezes preciso apenas de escrever, não sobre isto ou sobre aquilo, ás vezes preciso de escrever sem uma causa, preciso apenas de me perder entre letras, entre virgulas, haverá algo melhor por onde me perder?
Sonhos? Talvez. Nos sonhos não há espaço para mentiras. Apenas há espaço para aquilo que há e somos nós que decidimos esse espaço.
Esse sonho é a liberdade. A liberdade que nos prende e nos vicia nela.
Que ironia, a liberdade que prende…
Mas será a liberdade que nos prende ou seremos nós que nos prendemos nela?
De qualquer das formas, liberdade é liberdade.
Então porquê o medo de falar? Porque ficam palavras tão importantes por dizer por medo? Por medo de fazerem uma promessa que não irão cumprir?
Acordo de manhã, e penso em todas as promessas, na forma como muitas vezes as promessas passam a memórias, na forma como tanta gente desiste delas sem sequer tentá-las cumprir, ou por simplesmente o fazerem em vão.
Os sonhos não são mentiras, são reais, para quê prendermo-nos algo quando se sabe que não se vai cumprir? 
Talvez nós não saibamos viver, talvez não saibamos o verdadeiro significado disso, viver.
Acabamos obcecados á procura de algo que muitas vezes nem sequer sabemos do que se trata, fazemos tudo em função do relógio, em função do certo e do errado que não existe, em função das opiniões dos outros, como se isso definisse o nosso caráter, fazemos tudo em função de tudo excepto de nós próprios.
E então deixo-me levar por pensamentos e para numa unica resposta que me ocorre, nós vivemos presos a nós próprios.
Chorar quando está tudo errado, gritar ao mundo inteiro quando nos sentimos perdidos e sozinhos, esquecer as horas e ficarmos infinitamente a ver o mar, as estrelas ou simplesmente olhar ou o sorriso de quem amamos, abraçar e beijar quando amamos, a liberdade talvez seja um pouco isso, talvez seja perder o medo e lançarmo-nos para um precipício sem sabermos onde vamos cair, talvez seja deixar para trás todos os medos e deixar-nos levar pelo vento, partirmos sem destino, sem rumo, sem medo sem olharmos para trás.
A liberdade talvez seja isso, mas eu não quero um talvez, eu quero uma certeza, uma resposta a uma pergunta que nem sequer a sei fazer, mas eu sei que a irei encontrar, algures numa ida sem motivo, por um caminho desconhecido, sem data marcada, sem olhar para trás, mas decerto levarei comigo o meu coração e aqueles que sem pensarem duas vezes me derem a mão e partirem comigo sem olhar para trás e sem ser necessária quaisquer palavras.
Afinal o coração diz tudo.

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