domingo, 8 de fevereiro de 2015

Encontrei-me perdida em ti

«Ás vezes pergunto-me porque tenho de estar sempre bem, porque tenho eu, sempre de sorrir.
Não me pode apenas apetecer ficar calada, sem soltar uma unica palavra, não me pode apetecer chorar mesmo sem qualquer motivo?
Na verdade sinto-me vazia, sinto-me perdida, não sei por onde ir, com quem ir, quem eu sou... ou talvez saiba... não sei...
Quero dizer tanta coisa e ao mesmo tempo estar calada... no meio de tantas incertezas já não sei o que é certo. Será isso possível?
Não sei se faço "isto" ou "aquilo" não sei quem sou, não sei se sou aquela pessoa que á noite abraça a almofada e chora, chora porque não fez, não faz, nem fará, não sei se serei aquela pessoa que sonha, porque não me lembro de sonhar. 
Ás vezes não existe só aquela vontade de deixar uma palavra pendurada, ás vezes existe a vontade deixar de escrever.
Não sei para quem escrevo, talvez escreva para mim, porque as palavras escritas jamais poderão ser sentidas da mesma forma por pessoas diferentes.
O frio congela-me as mãos, faz-me doer os dedos, faz-me perder a força para fazer aquilo que me mantém viva, mas eu não deixo esse sofrimento vencer, deixo apenas aquele sofrimento causado pela dor de escrever, será que vivo pelo sofrimento ou por cada palavra que escrevo?
As respostas que nunca encontrei ficam perdidas pelo caminho, não sei se preciso delas para sorrir, para saber quem sou, para acabar com cada gota de sangue derramada por mim, borrando palavras, palavras tão puras que leva a que ninguém perceba os sentimentos escondidos atrás delas, na verdade não estão escondidos, estão ao alcance de todos, porém muitos só vêm aquilo que querem ver, muitos só entendem aquilo que querem entender, porque muitos não aceitam aquilo que são.
Passo após passo, não sei para onde vou. Por enquanto não procuro respostas, procuro um porto-de-abrigo, um abraço, um beijo, procuro um sitio no meio dos teus braços, que me envolva, que me aqueça, que me proteja, procuro a sinceridade de um beijo que não houve nem foi sentido, procuro um amor que morreu mesmo antes de nascer, procuro por ti, procuro por alguém que tanto significou para mim mas que no entanto nada signifiquei, procuro por um lugar ao teu lado.
Sei que um dia tu irás partir, se já não o tiveres feito, e as únicas coisas que de ti irão sobrar, serão o teu perfume, o teu sorriso, depois de partires sobrará apenas o sentimento que despertas-te em mim e as respostas que ficaram desaparecidas quando tu apareceste, quando tu partires, nem eu restarei, pois no meio de tantas incertezas, a unica certeza que ficará, será uma rapariga que se encontrou á procura de quem a fez perder-se, quem a fez perder-se á procura da felicidade que só consegui encontrar enquanto estava perdida, perdida naquele sorriso, naquele olhar, naquele perfume, que só conseguiu encontrar-se quando estava perdida ao encontrar-se nele, que só me consegui encontrar quando te encontrei e em ti me perdi...»











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