«Não sei por onde começar, o que escrever ou que palavras usar.
Houve tantas palavras entre nós como momentos de silêncio, palavras que fizeram rir e momentos de silêncio que deixaram saudade onde se impõe o medo, medo de que um dia descubra que nada disto aconteceu, que tudo isto, que nós definimos como realidade, não exista ou pura e simplesmente não o seja.
O meu medo não se trata daquilo que é ou não a realidade, o meu medo trata-se de te perder, os nossos momentos, as nossas brincadeiras, a nossa confiança, a nossa cumplicidade, as nossas palavras.
«E se tudo isto acabar, o que será de mim?»
Eu tal como tu não sei o meu propósito aqui, porém, entre as nossas conversas acredito que sejas tu.
Disseste que a preocupação era uma desculpa que todos nós usamos para nos sentirmos mal. É assim que me sinto mal, porém não é uma desculpa, é a realidade, pelo menos aquela que a definimos como tal.
Acredito que a preocupação faz parte, quando amamos verdadeiramente alguém ao ponto de não deixarmos que os nossos sentimentos e emoções sejam manipulados. Entre tantas palavras que dissemos um ao outro é isso que sinto.
Talvez esta seja uma desculpa á qual todos nós recorremos, talvez seja a desculpa me que mantém viva, com o propósito de certificar-me de estarás sempre bem.
Exato talvez, tenhas um pouco de razão, talvez toda a preocupação seja uma desculpa, uma desculpa pela culpa de amar.
Agora talvez me deva perguntar o que é amar e o que realmente a culpa...»
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