quarta-feira, 27 de agosto de 2014

História De Uma Vida

«Talvez seja ridícula. Ridícula por isto, por aquilo e por tantas outras coisas.
Ridícula por saborear cada palavra escrita numa folha e sentir, sentir como se fosse eu.
Um livro é feito de segredos, de sonhos de aventura, talvez eu queira encontrar motivos para não ter de esconder segredos, talvez eu viva tão intensamente cada palavra, cada frase, cada livro, como se isso fosse uma solução para encontrar os meu próprios sonhos, talvez eu esteja apenas perdida, perdida por uma realidade que nem tu, nem outro, nem ninguém conhece, talvez essa realidade não exista, pelo menos para vocês, mas não deixará de ser realidade.
É a realidade, logo existe para alguém, e existe, para mim existe, a minha realidade está escondida por trás de cada olhar, de cada sorriso, escondido atrás das palavras ditas em silêncio, de cada palavra escrita.
Uma história é feita de palavras. Uma vida é uma história. E somos nós que decidimos a forma como a escrevemos, somos nós que decidimos quando usar uma vírgula ou um ponto final.
Mas todos somos seres humanos, todos erramos, e é essa capacidade de errar, de aceitar que errámos, de aprendermos com os próprios erros, que nos torna perfeitos, que nos faz abrir a gaveta, onde esquecemos as folhas com a nossa história escrita, trancada.
Aprendemos a não cometer os mesmos erros, pelo menos não da mesma forma que antes os cometêramos, mas será possível comete-los novamente de outra forma? De uma forma diferente? Sim, talvez seja possível, não encontro outra resposta, caso contrário porque existe tanto medo de abrir a gaveta e reescrever novamente a nossa história? Talvez seja o medo do passado, da velha história que escrevemos. Como sabemos que reescrever outra história será o melhor caminho?
Não sei se existe certo ou errado, tal como não sei se existe o melhor ou o pior, mas medo de viver será de certa forma um crime. Se existe um caminho, se já está traçado porque não o percorrer? O ‘’porquê’’ não sei, mas não o faria, somos nós que decidimos o nosso caminho, nós temos esse direito, da mesma forma que temos o direito de decidir viver a nossa história ou a história que os outros escrevem para nós...»






Sonhar

«Não sei o que esperar, não sei o que dizer.
Eu queria apenas adormecer e sonhar com aquele alguém muito especial que me tem ajudado a seguir o meu caminho, que me tem guiado, que me tem dado força, que me deu a mão sem aparentemente pensar duas vezes, que me dá força e me faz sorrir mesmo existindo um enorme esforço para segurar a lágrima que faz de tudo para cair.
Mas sonhei com a lágrima que caiu, sonhei com todo o esforço em vão, sonhei com a oportunidade que eu mesma dei a uma mentira, a um amor que acabou ou que possivelmente nunca existiu, sonhei com a dor de perder, com a dor de cair, sonhei com uma guerra perdida, uma guerra onde lutei contra mim mesma, uma guerra em que os dois lados perderam.
Era um sonho, foi um sonho, mas também era a realidade. Tudo tinha acabado, tudo acabou, e nada voltará a ser como antes, não haverão mais palavras ignoradas, abraços ou beijos em vão, não haverá mais um ‘’nós’’, não haverá aquele nunca mais aquele sorriso inocente ou aquele olhar que se perdia em ti.
Talvez seja a ultima vez que sonhei contigo, talvez tenha sido a ultima oportunidade de rever o que passámos juntos, talvez tenha sido uma última oportunidade de reviver tudo o que sinto por ti ou simplesmente tenha sido a única oportunidade que tive de me despedir de ‘’nós’’, sim, talvez seja isso.
Mas como todos os sonhos, este teve um fim e eu acordei, olhei em direção á janela, e sem coragem para mais nada permaneci ali, deitada, á espera de um motivo para me levantar e poder viver novamente, foi quando recebi uma mensagem, sim, daquele alguém muito especial que me tem ajudado a seguir o meu caminho, que me tem guiado, que me tem dado força, que me deu a mão sem aparentemente pensar duas vezes, que me dá força e me faz sorrir mesmo existindo um enorme esforço para segurar a lágrima que faz de tudo para cair. Foi quando percebi que estava a ser injusta, que percebi que todos os dias ele estava lá, que todos os dias, sem dar por isso, era a razão de eu sorrir, que acontecesse o que acontecesse ele estaria comigo.
Então decidi parar, parar de chorar por aquilo que aconteceu e não tinha solução, decidi levantar-me por mim e por ele, decidi continuar a lutar, decidi aceitar e seguir em frente e prometi a mim mesma, sem ser preciso quaisquer palavras, que nunca o deixaria, que iriamos escrever a nossa história juntos, que seguraria a mão dele e nunca a soltaria, prometi a mim mesma fazê-lo tão feliz como ele me faz a mim, prometi a mim mesma faze-lo sorrir verdadeiramente como ele me faz a mim, mas acima de tudo prometi a mim mesma um dia conseguir ser para ele tudo o que ele é para mim e um dia simbolizar para ele tudo o que ele simboliza para mim, a verdade, uma amizade, um amor, uma vida...»



domingo, 17 de agosto de 2014

Memórias

«...Quem é que nunca acordou com um pesadelo? Quem é que nunca desejou não acordar de um sonho que estava a ser tão perfeito? Quem é que nunca desejou fugir da realidade?
Ás vezes sem me aperceber estou perdida, talvez me vejam por aí, mas de certo eu nem irei reparar na minha figura aleste do mundo, com um olhar distante, sem observar nada em concreto, apenas a olhar o vazio.
Quando desperto, questiono-me o que terá acontecido á minha volta, que palavras foram ou não ditas, então olho para o relógio, por vezes passam-se uns minutos, por vezes muito mais que isso, outras nem passam de uns segundos.
Mas as memórias, não têm tempo, simplesmente vêm, sem pedirem permissão, chegam sem avisar e deixam em nós aquele nó no estômago que por fim, acabamos por perceber que é a saudade.
Sem me aperceber deixo cair uma lágrima, solto um sorriso que me faz suspirar, revivo sentimentos.
Talvez as memórias sejam isso mesmo, não só relembrar cada passo, cada gesto, cada olhar, cada beijo ou cada abraço, talvez seja reviver cada sentimento tal como se fosse a primeira vez, sentir o toque, o perfume e perder-se pela imagem, pelos sorrisos pela história que passou, que não volta, pela história que deixa saudade.
Memórias talvez sejam isso passado, um passado por resolver ou simplesmente que quer ser revivido...»




domingo, 10 de agosto de 2014

Sonhar

«Sonhar, sonhar,
E apenas mais uma coisa querer,
Amar,
E em contrapartida o temos perder.

Sonhar, sonhar,
Sonhar alto sem palavras dizer,
E s limites alcançar,
Sem nada temer.

Sonhar, sonhar,
Sonhar ao escurecer,
E novas terras querer conquistar,
Sem nada querer.

Escada sem corrimão subir,
Só mesmo quem está eternamente a sonhar,
Só mesmo um grande sonhador mais alto consegue ir,
Sem nada para se amparar.

Sonhar, sonhar,
Só mesmo quem não esta acordado,
Quem não tem medo de a realidade enfrentar,
Nem sequer o presente, nem sequer o passado.

E se mais alguma coisa desejar,
Sem sequer o saber?
E se as lágrimas continuar a derramar,
Sem como as conseguir parar saber?

E se já não conseguir guardar mais este segredo,
Será que as pessoas me irão continuar a julgar?
Gostava de saber o dia em que irei perder este medo,
E a vida com um sorriso encarar.

E sem mais nada me lembrar,
E sem mais nada saber,
As lágrimas continuam a derramar,
Á custa da dor que continua a permanecer.»

Sem Quaisquer Condições

«Entre um gole de café e cada fagulha solta pelo o lume, sinto-me aqui, assim, protegida, como se nada pudesse acontecer e aos poucos vão-se libertando os pensamentos, aqueles que me fizeram ficar perdida no tempo durante horas, aqueles que me soltavam sorrisos ao mesmo tempo que outros assaltavam os meus olhos e faziam escorregar lágrimas, mas acima de tudo aqueles que caíam na saudade e permaneciam a cada segundo num coração agora aquecido pelo café quente e pelo lume que fazia a lenha velha estalar, que aos poucos se ia tornando em pouco mais que cinzas.
Pensamentos, no fundo eram esses que me alimentavam e que ao mesmo tempo me destruíam, que me gelavam e ao mesmo tempo que me aqueciam, eram eles que me mantinham viva e ao mesmo tempo me matavam. Pensamentos que, não passavam disso mesmo, meros pensamentos.
Mas tudo aquilo que era, hoje não é. Tudo o que foi fica no passado, e não passarão de memórias, memórias de erros e de quedas que me tornaram mais forte, me ensinaram a perceber quem é apenas mais alguém é quem é alguém.
Talvez não esteja a escrever da melhor maneira, porque estás presente no meu passado, tu foste, tu és, e com certeza sempre serás.
Tu és o café e o lume que me aquecem, a manta que me faz sentir protegida, como nunca ninguém se atreveu a fazê-lo, alguém que me ouviu, alguém que com as suas palavras acalmou o meu mundo e não deixou que ele desaba-se, alguém que em cada palavra, gesto ou atitude está apenas serenidade, alguém que quando falo parece nada mais existir, nem mesmo ''esse alguém'' é como se fosse apenas um anjo, que sem um motivo, sem um porquê, que num momento de tempestade onde onde mar me ia engolir, se atravessou á frente e me cobriu com as suas asas, com a promessa de que nada de mal iria acontecer.
Alguém que me aceitou, alguém de quem eu não soltarei as minha mãos, com a promessa de que todos os dias olharei por ele, sem quaisquer condições...»

sábado, 9 de agosto de 2014

Medo

«O que é viver?
O que é amar?
E se partirmos e deixarmos palavras por dizer,
Sem nunca termos tido oportunidade para as orar?

Será que alguém já pensou?
Para que serve viver?
De que é que serve tudo aquilo que conquistou,
Se aquilo que mais queria nunca se pode ter?

E se amanhã não acordar?
E se o amanha não houver?
De que é que vale lutar,
Se se perde tudo aquilo que se quer?

Porquê não aproveitar?
Porquê não ver o amanhecer?
Porquê neste momento não te ir beijar?
Porquê tanto medo de perder?

Para quê medo de ter medo daquilo que medo não devo ter?
Se a vida é feita de medos que só nos fazem perder,
Medos que nos atormentam sem nos deixar atrás do futuro correr,
Medos que atormentam e que a vida não deixam viver.

Afinal medo para quê ter?
Medo que não nos deixa viver,
Medo, ao certo nada saber,
Medo? Apenas medo de não esquecer.»

Uma Simples ''Folha''

«Não escrevia há algum tempo, apesar disso estava em mim presente aquela enorme vontade e aquele desejo incontrolável de o fazer, só não sabia como agarrar novamente numa caneta e rabiscar algo com o minimo de sentido possível, visto que tudo o que me rodeava encontrava-se ao contrário ou talvez fosse a minha vida que já não sabia o seu rumo. Sim, talvez fosse isso, a minha vida.
Olhei para a folha vazia á minha frente, não sabia por onde começar, o que escrever, que palavras usar, mas eu precisava de fazê-lo, eu precisava de escrever, eu precisava de dizer tudo o que não foi dito, precisava de soltar todas as palavras que ficaram presas pelo medo de perder.
Foi nesse instante que percebi o verdadeiro motivo pelo qual não conseguia escrever, a folha estava, velha, amarrotada e rasgada, por mais que tenta-se iria sair sempre um borrão de tinta, que ninguém iria perceber e muitos nem sequer fariam o minimo de esforço.
Eu desisti. Desisti daqueles que desistiram e daqueles que não tentaram.
Chamaram-me de louca, e sem me questionarem arriscaram trocar aquele pequeno pedaço velho de papel já amarelado da idade resultando numa tentativa falhada, eu sabia que quem senti-se exatamente o mesmo eu iria perceber aquele ''borrão'' de tinta que manchava o manchava.
A folha tinha sido tantas vezes amachucada, trocada e esquecida pelos outros, e sem ninguém pensar nela estavam memórias, memórias de um ''para sempre'' que tinha acabado, memórias de palavras e oportunidades em vão, memórias de sonhos idealizados que não passavam disso, memórias.
O que não era apenas uma memória era o sofrimento presente bem como o sentimento de ter sido usado, usado por alguém que precisava dele e que se acabou por esquecer da sua existência, alguém que se esqueceu que quando se escreve seja o que for numa folha, ficará sempre a sua marca, alguém que se esqueceu que depois de ter tido tantas oportunidades jamais algum dia voltaria a ter outra. Mas acima de tudo alguém que desprezou uma página cheia de história, sentimentos, amor, vida, alguém que desprezou todas as oportunidades para lutar por ela.
Essa folha não precisava de ser escrita ou amachucada, essa folha não precisava de ser completa por cada bocadinho em falta, essa folha precisava de alguém que a aceita-se tal como ela realmente é...»

sábado, 2 de agosto de 2014

A Cidade

«As luzes da cidade continuam intensamente a brilhar,
Algo mais interessante perece não haver,
Até uma leve melodia por ali ecoar,
Sendo apenas ouvida por aqueles que outro mundo querem conhecer.

Tudo de repente pareceu mudar,
As pessoas outras pareciam ser,
O ambiente parecia ter agora outro pesar,
Como se tudo mais leve fosse agora ser.

Agora é que eu percebi,
Esta tristeza que não consigo apagar,
Foi de vós que recebi,
Pelo amor que ficou por dar.

Pergunto-me qual alma perdida,
Conseguirá embalada ser,
Ao sentir-se tão sozinha,
No meio da noite onde as luzes estas conseguem vencer.

Será que esta gente sabe sonhar?
Como conseguirão o certo e o errado decidir,
Sem se quer tentarem uma resposta encontrar,
E apenas duvidas deixarem surgir?

Um anjo o céu parece sobrevoar,
A sua ternura faz a terra estremecer,
O amor ele estava a espalhar,
Ele estava a ensinar a viver.

As pessoas começaram a sorrir,
As crianças foram para a chuva brincar,
A felicidade começaram a descobrir,
E os casais começaram-se a beijar.»



Fria

''Admito que sou um pouco fria, escondo ao máximo aquilo que sinto, eu apenas não me quero voltar a magoar, mas são muitos aqueles que criticam e que julgam sem se quer tentarem perceber.
Eu prometi a mim mesma que me iria proteger, e é isso que estou a fazer, congelei cada lágrima, destruí cada beijo dado, quebrei cada abraço, e vi todos os meus sentimentos a verterem sangue enquanto ardiam.
É difícil seguir em frente sem olhar para trás, ainda por cima quando deixamos tudo para trás e a dor ainda nos continua a perseguir.
Hoje sou apenas um corpo, não resta nada de mim, apenas isto.
Não sei porque estou a escrever tudo isto, talvez seja por ver beijos sem amor, abraços sem vontade, namoros sem se amar, palavras ditas apenas porque sim ou palavras simplesmente ocas.
Tenho saudades do que é verdadeiro apesar de, ao mesmo tempo ter medo de sentir, no entanto vejo pessoas que não sentem nada a fingirem que são capazes de o fazer.
Talvez ainda sinta alguma coisa, eu sei que sinto, eu sinto saudade daquilo que era, sinto medo do que sou e medo de que todos os outros se tornem no mesmo que eu, que se tornem em ''nada''...»

a questão não é estar sozinha e sim se sentir sozinha. sabe quando nada te anima, as pessoas não te chamam mais a atenção, você para e olha ao seu redor e não vê nada de interessante? então. (beatrizfavato)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Para Alguém Muito Especial

A Carta Que Nunca Irás Ler...

«Eu apenas sei as vezes que me sento sozinha, perdida como se não tivesse ninguém.
Eu sei o que são segurar lágrimas, sei o que é sorrir para não chorar tal como sei que nunca nada dura até sempre, mas pensar nisto não vai apagar as noites em claro, não vai amenizar a dor que sinto nem anestesiar o amor que, que nasceu sem qualquer motivo, por ti.
Tenho pensado onde ficou aquele sorriso sincero, onde ficou perdido aquele olhar a brilhar, onde deixei aquela força para continuar, onde ficou aquela vontade de viver.
Ás vezes parece que nada vale a pena, como se todo o esforço, cada sentimento, cada palavra, cada texto fossem em vão, tão vazios como eu.
Alguém que já não sabe o que quer, alguém que já não sabe sorrir, alguém que já não sabe quem, alguém que não se conhece a si própria. Mesmo assim pergunto-me se tudo isto será importante, se o que sinto será importante, se eu serei realmente importante.
Em mim só permanece uma certeza: Preciso de ti!
Sei que nunca irás ler isto, por isso não sei o porquê de tentar encontrar as palavras certas ou a melhor forma de as dizer, talvez seja por haver uma parte de ti em mim, uma história, momentos, sorrisos outrora verdadeiros, abraços de conforto, que me acolheram em dias gelados capazes de me aquecer em dias gelados, beijos, as mãos unidas que pareciam nunca se separar, no fundo, o nosso ''nós''.
Não tenho mais forças, nem para lutar, nem para desistir, desculpa se não sou mais aquela rapariga sorridente, sonhadora e lutadora,não consigo lutar contra todas as marcas, todas as feridas, todas as lágrimas, talvez um dia consiga.
Não costumo demonstrar os meu sentimentos, mas tu foste  unica pessoa que me ajudou a continuar, que me ajudou a sorrir, que me ensinou a confiar, me ensinou a amar, me ensinou a viver.  
Nunca desisti, nem irei desistir de nós.
És mais importante do que aquilo que possas pensar.
Amo-te mais que tudo...»

(Dedicado a: A.M.R.)


Saudade?

«Saudade é perdão pedir,
Saudade é o que me faz perder,
E com orgulho para não o admitir,
Eternamente continuar a sorrir e com o passado reviver.

Saudade é no futuro acreditar,
Sem certezas de um novo dia ver nascer,
Na esperança de que o passado no futuro se possa tornar,
Na esperança de que no passado se possa adormecer.

Se um dia todas as memorias deixar fugir,
Ultrapassarei os meus limites a tentar alcançá-las,
Para que de novo todos os sentimentos possa sentir,
Porque também não era minha intenção soltá-las.

Saudade é sentir o que não se sentiu,
Saudade é desejar quem nunca se amou,
Saudade é desejar alguém que de nós nunca se despediu,
E que com o futuro nunca se preocupou.

Saudade é em vão viver,
Saudade é deixar de acreditar,
Saudade é tudo ou nada querer,
Saudade é não abrir os olhos depois de os fechar.

Saudade são lágrimas a cair,
Saudade é ver o dia escurecer,
Ver alguém que amamos partir,
E não sabermos quando a voltaremos a ver.

E se a saudade tudo isso é ou pode ser,
Afinal que palavras poderão a tristeza definir?
A que palavras poderemos recorrer?
Que palavras demonstrarão aquilo que estou a sentir?»



A Vida

«A vida é um risco viver,
É andar sobre um fio sem nada nem ninguém nos amparar,
É olhar para baixo sem deixar o medo vencer,
É passo por passo uma nova vitória conquistar.

A vida é de viver cansar,
A vida é lutar sem nada conhecer,
A vida é todos os dias um pouco de nós conquistar,
Sem medo ou receio do que possa vir a acontecer.

A vida são os que mais amamos, perder,
E mesmo assim termos de continuar a lutar,
Sem nunca deixar-mos a tristeza e a dor vencer,
Sem nunca uma lágrima podermos deixar o nosso rosto molhar.

E quando o vento rugir,
As folhas dos ramos irão se soltar,
Jamais ao ramo voltarão a subir,
Jamais no ramo a que pertenciam voltarão a balançar.

Do chão não irão passar,
Mas o seu perfume irão perder,
No chão quando pisadas ouvir-se-ão chorar,
Depois disso nunca mais voltarão a viver.

Vendo a leve brisa por entre os campos passar,
Recordando o horrendo som do vento a rugir,
Afinal quem é que nunca teve receio de contra o vento lutar?
Afinal quem é que nunca pensou do vento fugir?

Contra as rochas as ondas a bater,
E mesmo de longe ouvi-las a rebentar,
Consigo trazem o amanhecer,
Será que consigo os sentimentos conseguem levar?

As ondas uma doce melodia conseguem cantar,
Que até as profundezas conseguem percorrer,
Conseguindo mais luz a noite dar ao luar,
Oferecendo mais calma ao desconhecido que ainda está por conhecer.

E quando a folha dentro de mim voar,
Á procura de algo novo descobrir,
Essa folha irá se libertar,
Conhecer o desconhecido sem rumo certo para onde ir.


A lágrima mais pesada é aquela que não cai,
Que o nosso rosto não chega a molhar,
Por alguém que amamos e embora se vai,
E não sabemos se algum dia irá regressar.»