«Sei por onde vou, mas não quero ir.
As mesmas palavras, os mesmos caminhos, os mesmos erros, os mesmos sentimentos, os mesmos sonhos, tu.
Acordo e olho para o relógio, mas não quero ver as horas nem tão pouco acordar, quero dormir. Quero dormir e sentir por uns instantes que tudo é verdade, que tudo é real, que eu não sou apenas eu e tu não és apenas tu, mas sim, que sejamos um «Nós».
Não interessa onde, nem quando. O tempo pode apenas ficar parado, enquanto eu sonho, ou simplesmente te olho, não sei se conseguiria segurar as lágrimas. Tudo é o mesmo, pelo menos quase tudo... a dor é maior, o amor é maior, aos meus olhos és cada vez maior e aos teus, não sou nada.
Não procuro um amor, não procuro um consolo ou um porto de abrigo. O que procuro? Não sei, talvez ainda te procure, mesmo quando digo que vou desistir, talvez ainda te queira encontrar, mesmo quando digo que já desisti.
Sei o que sinto, e o meu hoje foi o meu ontem, foi o meu anteontem, foram os meus últimos cinco anos.
Não sei como é que tudo mudou e este sentimento continua igual.
Não sei o que sou… não sei o que quero, e muito menos sei onde estou.
Quando me perguntam quem sou, sou alguém, sou apenas eu, não consigo ser só isto ou só aquilo, só consigo ser eu, com palavras por dizer, com medos por vencer, sou apenas eu, alguém que usa as suas inseguranças com uma arma para lutar, alguém sonhadora, alguém sem fim.
Talvez não saibas quem eu sou, tal como eu não sei, ou talvez eu não seja eu, talvez eu não exista, pelo menos para ti, talvez deva fazer aquilo que já tentei inúmeras vezes, desistir de ti, desistir de um nós, quem sabe, até desistir de mim.
Talvez, não deva procurar respostas, talvez as deva encontrar, talvez deva encontrar certezas e deixar para trás todos os «Talvez» e quem sabe, em cada historia pôr um ponto...»