segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O que sou?

«Escrever e não dizer,
Fingir,
E nada está a acontecer,
Correr em frente sem cair.


Numa lágrima tropeçar,
O rosto esconder,
Não é só o rosto a guardar,
É o coração desaparecer.


Muito ou pouco?
O suficiente,
Um louco?
Encontra-se sorridente.


Quem sou?
Não sei,
Alguém que se magoou,
O que quero não terei.

Se puder sonhar,
Sonharei,
Quando acordar,
Morrerei.


Sou o que sou,
Não sou de ninguém,
Nada começou,

Nada fica assim,
Vai mais além.


Eu não voltarei a acordar,
Não voltarei mais a fingir,
Vou apenas sonhar,
Vou apenas continuar a sorrir.»






sexta-feira, 26 de setembro de 2014

SEMPRE

«Ás vezes faltam as palavras, as palavras que descrevem o que sentimos, o que somos e tudo o resto, talvez isto aconteça porque não encontro a definição de nada quando possivelmente nem me atrevo se quer a procurá-la, não as procuro tal como não procuro tudo o resto.
Eu não posso dizer que te encontrei ou que tu me encontras-te quando nenhum de nós procurou um pelo outro, cruzamo-nos por acaso, e esse ''por acaso'' repetiu-se todos os dias, até amanhã, até depois, até sempre.
Não sei ao certo quanto tempo durará o nosso sempre, mas espero que seja mais que uma vida, mais que uma eternidade, mais que um infinito, que seja para além do que possa ser.
Ás vezes quero dizer tanta coisa, não sei porque não digo, se por serem difíceis ou simplesmente medo, o próprio medo que tenho ou que poderão ter, mas sem questionar há alguém lá, por mais que me sinta completamente sozinha, completamente perdida, há sempre alguém, sem condições, apenas promessas para uma vida.
É como acordar de um pesadelo onde perco tudo o que não tive e mesmo assim sentir o conforto de um abraço que não está a ser dado, é como ser obrigada a sair do meu porto-de-abrigo e sentir-me segura com a presença de alguém que existe e não está lá, é como se o secar das lágrimas fosse alguém a limpá-las sem se quer as ver.
Talvez não interessa as palavras, talvez não interesse o que somos, quem somos ou do que somos feitos, somo apenas nós, apenas nós a tentarmos ou sermos felizes, não interessa a forma como o somos, interessa que sejamos.
Não digo o quantos és importante, o quanto és especial, o quanto preciso de ti, tudo isso já foi dito, não o quero repetir, pois volta-lo a fazer faria tudo isso perder o seu valor e eu não iria á procura de novas palavras porque acredito que o melhor, sem procuras, vem apenas por acaso, tal como tu vieste, sem avisar, sem pedires permissão, apenas apareces-te, e ficaste.

Por isso, todos os sorrisos involuntários, por todos os risos incontroláveis, por cada promessa feita, faço mais promessas, a promessa de lutar, de nunca desistir de nós, de nunca deixar a nossa amizade, de nunca te deixar, a promessa de um sempre que acaba com um fim, um fim com reticências porque estarei sempre a olhar por ti, aqui, ali, acolá, não interessa onde, em qualquer sitio estarei lá... SEMPRE...»


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Apenas Para Amar

«Vai ou vem,
Ou talvez queira ficar,
Com ou sem,
Não sei,
Talvez venha apenas para amar.


Se quer ou não,
Não sei como saber.

Ouvir o coração,
Gritar ou calar?
Não irei dizer.


Voltar ou partir,
Um abraço que fala como um olhar,
Falar verdade ou mentir,
Deixa  morrer,
A morte que não tem medo de amar.


Viver ou morrer,
É possível a algo escapar?
Deixar para trás o que se quer esquecer,
Sorrisos condenados,
E uma força invencível que nos faz grandes lutas vencer.


Falar ou calar,
Um tudo ou nada,
Apenas amar e amar,
Sem condições, sem receios,
Amar e ser amada.»


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A Realidade De Um Sonho

«Os trovões e os relâmpagos fizeram-me despertar.
Não consigo adormecer, não quero adormecer, não quero adormecer novamente e ter pesadelos, não quero acordar mais uma vez com a cara encharcada em lágrimas, não quero sequer suportar a ideia de que um dia, aquele sonho angustiante se possa acontecer, não suporto a ideia de um dia me deixares, não suporto a ideia de um dia te perder, não suporto um dia ter de viver sem ti da mesma forma que não consigo sequer suportar a ideia de te poder magoar.
Sou feita de medos e inseguranças, possivelmente nunca os irei perder e muito menos consegui-los esconder, por isso escondo-me e sou aquela pessoa porque todos passam e ninguém repara.
Mas talvez tenha chegado a altura de pelo menos tentar deixar para trás tudo isso, talvez seja altura certa para fazer tudo o que não fiz, talvez seja a altura certa para dizer tudo o que não disse, talvez tenha chegado a altura de deixar de falar por metáforas, talvez tenha chegado a altura de tentar.
Costumo fazer tantas perguntas sem nunca encontrar respostas, decidi parar de perguntar, decidi parar de sonhar, decidi esquecer todos os medos todas as inseguranças e lutar, lutar para que as coisas mudem, para que as coisas sejam diferentes, para que as coisas deem certo.
Desisti de esperar e começar a lutar por algo que nem eu sei o que é ao certo.
Talvez seja aquele abraço, aquele abraço forte, apertado, que me envolve nos braços, me faz esquecer tudo o que existe á minha volta, que me protege, que me faz desejar que aquele momento não acabe, um abraço que apesar de durar alguns segundos que seja eterno.
Talvez seja a forma como voltei a sorrir, como me ensinas-te a voltar a sorrir, que me tenha me tenha levantado e me tenha feito seguir em frente, eu tenho a certeza que foi, e eu vou seguir em frente, eu irei lutar, irei lutar por mim, por ti, por nós, não interessa o ontem, não interessa hoje, não interessa o amanhã, interessa quem somos e o que sentimos, mais nada interessa.
Não interessa os pesadelos, em que nos magoamos, nos separarmos, não interessa os pesadelos em que todas as promessas que fizemos ficam esquecidas, não passam de pesadelos, não é a realidade.
A realidade somos nós juntos, nem que seja a realidade de um sonho, um sonho nosso...»

Nós

«Há dias em que apenas quero ficar calada, quero fechar os olhos e não ouvir nada.
Não sei se preciso de pensar, mas nesses dias não o faço, talvez esteja cansada para isso da mesma forma que esteja demasiado cansada para falar, para ver e até mesmo ouvir.
Talvez esteja cansada de tudo.
Cansada de promessas que não são cumpridas, palavras ditas em vão, cansada de atitudes que contradizem as palavras.
Sim, talvez esteja cansada de tudo, inclusive de mim.
Porque acordar cansa, porque adormecer cansa, porque sentir cansa, porque viver cansa.
Sou apenas eu, uma pessoa já cansada de tudo, uma pessoa que se limita a alimentar dos seus próprios sonhos e dos seus pensamentos, por isso sonho.
Fecho os olhos, e sem se quer ninguém imaginar penso nele, penso como seria a sensação acordar despenteada e desajeita ao lado dele, penso em trocas de olhares que não precisam de palavras para se perceber o que se quer dizer, penso nos dedos entrelaçados que se prendem uns nos outros e não se deixam soltar, penso nos ''Amo-te'' ditos em silêncio, penso nos beijos doces e nos abraças ternos, penso nas pegadas que deixamos ao longo da extensa areia da praia, então deixo de sonhar, acordo e apenas desejo que tudo não seja só um sonho, que não seja só uma história imaginada por mim, desejo que seja a verdade, a realidade, que seja mesmo a nossa história e que seja ainda mais extensa que a areia da praia onde deixamos as nossas marcas.
Mas tudo não passa de um sonho, tudo não passa da minha imaginação.
Talvez ainda tenha forças, talvez consiga fazer algo mais que sonhar, talvez ainda consiga lutar.
Talvez não lute por ''isto'' ou por ''aquilo'', talvez lute unicamente por ele, porque ser a força que me mantém viva e me fez, pelo menos, conseguir sonhar.
Não sei porque o faço, procurei motivos, procurei respostas, procurei razões e não consegui encontrar nada.
Se calhar não preciso de nada disso, se calhar só sei  que preciso mesmo de saber, se calhar só preciso de ti ao meu lado, dos nosso dedos entrelaçados, os nossos corpos juntos num abraço, os nossos lábios unidos num beijo, e acima de tudo, duas vidas numa só história, a nossa história e não interessa que tenha poucas palavras, não importa que tenha erros, não importa que seja imperfeita, imperfeita como nós, imperfeita como os outros imperfeita como todos, afinal, a imperfeição sempre existe...»

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Apenas Nós

«Saudade é apenas saudade,
O sentimento de algo desejar,
É a procura do passado viver com liberdade,
Que faz as lágrimas o rosto molhar.

Sentimentos é algo que não se pode explicar,
Algo que com palavras não se consegue dizer,
Algo que até com pequenos gestos se consegue provar,
Gestos que são difíceis de esquecer.

E o desejo será possível explicar?
Com gestos se conseguirá dizer?
Será desejo a vontade que tenho de te beijar?
Será que desejo saudade costuma trazer?

Apenas sei que todo para mim te quero ter,
Nos teus braços quero-me afogar,
O teu corpo percorrer,
E mais de mim te fazer desejar.

Os teus lábios morder,
A minha pele na tua deslizar,
Onde os corpos começam a arder,
Com o prazer a transpirar.

Uma guerra que nenhum de nós pode vencer,
Ou então os dois temos que ganhar,
Num mundo onde tudo perfeito errado pode parecer,
Num mundo só nós os dois pudemos entrar.»


Sem Medo De Me Levantar

«As palavras doces estão a amargar,
O barulho substitui a antiga melodia,
As mãos que estavam quentes agora estão a gelar,
E a revolta substitui agora tudo o que antes queria.

Algo foi trocado por dor,
De novo tudo vou começar,
Possivelmente foi o odioso amor,
Que me fez hoje acordar.

Cada palavra escrita,
Cada gesto do teu olhar,
Com mágoa infinita,
Trazem memorias que não quero recordar.

Não preciso que me percebas,
Mas preciso de perceber o que estou a sentir,
Não preciso que me entendas,
Mas o que sinto preciso de descobrir.

Cada letra de cada palavra,
Tenta descrever o que por ti estou a sentir,
Cada uma vai ficar marcada,
Se calhar cada uma me faça sorrir.

Sei que não sei o que quero saber,
Como continuar a caminhar,
Ver um novo dia nascer,
Sem medo de me levantar.»

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Á Procura Do Rumo Certo

«Escrevo uma palavra, escrevo outra, tento escrever uma frase com sentido mas acabo por tropeçar nas palavras restando apenas rabiscos.
Pergunto a mim mesma o porquê de ainda estar acordada sem sequer pensar numa resposta. Não interessa o porquê, simplesmente estou, afinal a resposta não iria mudar nada.
Poderia ficar a pensar em milhares de coisas, que me ficariam a atormentar toda a noite ou pelo menos até conseguir adormecer, em vez disso, limito-me a tentar escrever, escrever algo que alguém perceba ou algo com algum o seu valor.
Entre um gole e outro de café, rabisco, rabisco, rabisco e nada passa disso rabiscos.
O sono anda perdido, no entanto os olhos cansados dão sinal e as mãos já fartas de tentativas falhadas, deixam a caneta com a ponta ainda cheia de tinta aterrar sobre o que tentara fazer durante horas e horas sem qualquer efeito.
Aquilo que eu antes chamava de rabisco não passava agora de um enorme borrão, talvez me sentisse assim, um borrão.
Permaneci imóvel, sem conseguir reagir, fiquei ali sentada a observar a tinta a alastrar-se lentamente como se estivesse esta sentisse prazer em destruir cada palavra,
Por momentos senti um vazio, cada tentativa por mais falhada que tivesse sido significava qualquer coisa, talvez significa-se cada sonho pelo qual tinha lutado e não tive sucesso.
Porquê no meio de tantas tentativas nenhuma deu certo? Nada disso agora importava, afinal estavam submersas em tinta.
Pensei em desistir, era a minha vontade, mas a minha mão agarrou novamente na caneta, desta vez com mais firmeza e recomecei.
Não sei como o fiz, não sei porque o fiz, mas fi-lo.
Talvez seja mais uma tentativa falhada de um sonho dar certo, mas não vivo de um ''talvez'', eu vivo de certezas, desistir seria sem duvida a tentativa mais falhada de qualquer coisa resultar.
Então decidi insistir nas tentativas falhadas até que um dia seja bem sucedida e se nunca acontecer permanecerei em cada falha, ás vezes é lá que se encontra o sucesso, afinal temos que aprender com elas.
Deixei por fim o meu corpo cair lentamente sobre a secretaria, os cabelos cobriram-me o rosto, os meus olhos cansado fecharam-se e adormeci, adormeci para quando acorda-se poder falhar até encontrar um rumo certo...»


 

Liberdade

Ás vezes preciso apenas de escrever, não sobre isto ou sobre aquilo, ás vezes preciso de escrever sem uma causa, preciso apenas de me perder entre letras, entre virgulas, haverá algo melhor por onde me perder?
Sonhos? Talvez. Nos sonhos não há espaço para mentiras. Apenas há espaço para aquilo que há e somos nós que decidimos esse espaço.
Esse sonho é a liberdade. A liberdade que nos prende e nos vicia nela.
Que ironia, a liberdade que prende…
Mas será a liberdade que nos prende ou seremos nós que nos prendemos nela?
De qualquer das formas, liberdade é liberdade.
Então porquê o medo de falar? Porque ficam palavras tão importantes por dizer por medo? Por medo de fazerem uma promessa que não irão cumprir?
Acordo de manhã, e penso em todas as promessas, na forma como muitas vezes as promessas passam a memórias, na forma como tanta gente desiste delas sem sequer tentá-las cumprir, ou por simplesmente o fazerem em vão.
Os sonhos não são mentiras, são reais, para quê prendermo-nos algo quando se sabe que não se vai cumprir? 
Talvez nós não saibamos viver, talvez não saibamos o verdadeiro significado disso, viver.
Acabamos obcecados á procura de algo que muitas vezes nem sequer sabemos do que se trata, fazemos tudo em função do relógio, em função do certo e do errado que não existe, em função das opiniões dos outros, como se isso definisse o nosso caráter, fazemos tudo em função de tudo excepto de nós próprios.
E então deixo-me levar por pensamentos e para numa unica resposta que me ocorre, nós vivemos presos a nós próprios.
Chorar quando está tudo errado, gritar ao mundo inteiro quando nos sentimos perdidos e sozinhos, esquecer as horas e ficarmos infinitamente a ver o mar, as estrelas ou simplesmente olhar ou o sorriso de quem amamos, abraçar e beijar quando amamos, a liberdade talvez seja um pouco isso, talvez seja perder o medo e lançarmo-nos para um precipício sem sabermos onde vamos cair, talvez seja deixar para trás todos os medos e deixar-nos levar pelo vento, partirmos sem destino, sem rumo, sem medo sem olharmos para trás.
A liberdade talvez seja isso, mas eu não quero um talvez, eu quero uma certeza, uma resposta a uma pergunta que nem sequer a sei fazer, mas eu sei que a irei encontrar, algures numa ida sem motivo, por um caminho desconhecido, sem data marcada, sem olhar para trás, mas decerto levarei comigo o meu coração e aqueles que sem pensarem duas vezes me derem a mão e partirem comigo sem olhar para trás e sem ser necessária quaisquer palavras.
Afinal o coração diz tudo.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Loucura De Dois Loucos

«Eu queria-te acordar da melhor forma não sei bem como, mas espero consegui-lo fazer.
Há coisas que acontecem assim, do nada ao mesmo tempo que outras acontecem lentamente. Foi assim que nos conhecemos do nada e desse ‘’nada’’ nasceu um ‘’muito’’, um ‘’muito’’ muito grande, a nossa amizade.
Eu não posso escrever o que para mim é a amizade ou tentar sequer tentar descreve-la, mas posso com toda a certeza dizer que é como um sentimento, talvez ela seja feita disso, sentimentos, porque amizade também é amor, por esse motivo podemos cair, podemo-nos magoar, podemos chorar, sentirmo-nos perdidos, sentirmo-nos sozinhos…mas a amizade também nos levanta, também nos cura, também nos faz sorrir, também nos dá uma mão para agarrar sem nunca nos soltarmos… engraçado… aquilo que nos faz tão mal ao mesmo tempo faz-nos tão bem… 
Passo por aqui, passo por ali, oiço isto e oiço aquilo, mas as palavras que oiço são aquelas que foram ditas no silêncio de palavras escritas, pesadas de idade ‘’O amor é o fogo que arde sem se ver’’. 
Passamos uma vida inteira a tentar definir o amor sem nunca termos tentado decifrar uma metáfora.
Quando me perguntarem o que é o amor, não o vou tentar descrever, o amor é apenas um sentimento e por isso mesmo jamais poderá ser descrito com outras emoções, quando me perguntarem o que é o amor, irei limitar-me a responder: É fogo.
Poderão chamar-me louca… quem ouvirá uma louca? Não sei, talvez outro louco, mas com toda a certeza as palavras trocadas entre dois lunáticos, farão sempre sentido, serão percebidas e enquanto o resto do mundo procura definir aquele tão grandioso sentimento, nós sabemos que ele é fogo nós sabemos o porquê, nós sabemos que o fogo queima ao mesmo tempo que nos aquece e nos protege, nós sabemos que o amor magoa ao mesmo tempo que cura, porque nós sentimos, porque nós estamos dispostos a sentir, porque nós procuramo-lo viver, de uma forma ou de outra, sem pensar, sem perder tempo, sem nada, apenas viver
As histórias não são maravilhosas por terem palavras lindas, mas sim pela forma como são sentidas. 
A nossa amizade nunca serão só palavras, nunca serão só promessas, nunca será só amor, nunca será ‘’só isso’’, será sempre muito mais e será sempre a loucura de dois loucos que se encontraram do nada e desse ‘’nada’’ nasceu um ‘’muito’’, um ‘’muito’’ muito grande.
Dois loucos lunáticos que caíram, deram as mãos e que se levantaram juntos, dois loucos que procuram apenas o sorriso sincero um do outro, dois loucos que trocam palavras que não são compreendidas por mais ninguém.
Meu deus, se ser-se louco é querer colocar um sorriso verdadeiro na cara de outro, se é secar as nossas lágrimas para nem sequer deixar cair as de outros, se é proteger outros sem pensar duas vezes e faze-los sentirem-se seguros, se é agarrar na mão de outros nunca os deixar sozinhos e ainda dizer ‘’Eu estou aqui, eu estou contigo, não te vou deixar, vamos enfrentar isto juntos custe o que custar’’, então, meu deus, eu quero continuar a ser louca...»


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

História De Uma Vida

«Talvez seja ridícula. Ridícula por isto, por aquilo e por tantas outras coisas.
Ridícula por saborear cada palavra escrita numa folha e sentir, sentir como se fosse eu.
Um livro é feito de segredos, de sonhos de aventura, talvez eu queira encontrar motivos para não ter de esconder segredos, talvez eu viva tão intensamente cada palavra, cada frase, cada livro, como se isso fosse uma solução para encontrar os meu próprios sonhos, talvez eu esteja apenas perdida, perdida por uma realidade que nem tu, nem outro, nem ninguém conhece, talvez essa realidade não exista, pelo menos para vocês, mas não deixará de ser realidade.
É a realidade, logo existe para alguém, e existe, para mim existe, a minha realidade está escondida por trás de cada olhar, de cada sorriso, escondido atrás das palavras ditas em silêncio, de cada palavra escrita.
Uma história é feita de palavras. Uma vida é uma história. E somos nós que decidimos a forma como a escrevemos, somos nós que decidimos quando usar uma vírgula ou um ponto final.
Mas todos somos seres humanos, todos erramos, e é essa capacidade de errar, de aceitar que errámos, de aprendermos com os próprios erros, que nos torna perfeitos, que nos faz abrir a gaveta, onde esquecemos as folhas com a nossa história escrita, trancada.
Aprendemos a não cometer os mesmos erros, pelo menos não da mesma forma que antes os cometêramos, mas será possível comete-los novamente de outra forma? De uma forma diferente? Sim, talvez seja possível, não encontro outra resposta, caso contrário porque existe tanto medo de abrir a gaveta e reescrever novamente a nossa história? Talvez seja o medo do passado, da velha história que escrevemos. Como sabemos que reescrever outra história será o melhor caminho?
Não sei se existe certo ou errado, tal como não sei se existe o melhor ou o pior, mas medo de viver será de certa forma um crime. Se existe um caminho, se já está traçado porque não o percorrer? O ‘’porquê’’ não sei, mas não o faria, somos nós que decidimos o nosso caminho, nós temos esse direito, da mesma forma que temos o direito de decidir viver a nossa história ou a história que os outros escrevem para nós...»






Sonhar

«Não sei o que esperar, não sei o que dizer.
Eu queria apenas adormecer e sonhar com aquele alguém muito especial que me tem ajudado a seguir o meu caminho, que me tem guiado, que me tem dado força, que me deu a mão sem aparentemente pensar duas vezes, que me dá força e me faz sorrir mesmo existindo um enorme esforço para segurar a lágrima que faz de tudo para cair.
Mas sonhei com a lágrima que caiu, sonhei com todo o esforço em vão, sonhei com a oportunidade que eu mesma dei a uma mentira, a um amor que acabou ou que possivelmente nunca existiu, sonhei com a dor de perder, com a dor de cair, sonhei com uma guerra perdida, uma guerra onde lutei contra mim mesma, uma guerra em que os dois lados perderam.
Era um sonho, foi um sonho, mas também era a realidade. Tudo tinha acabado, tudo acabou, e nada voltará a ser como antes, não haverão mais palavras ignoradas, abraços ou beijos em vão, não haverá mais um ‘’nós’’, não haverá aquele nunca mais aquele sorriso inocente ou aquele olhar que se perdia em ti.
Talvez seja a ultima vez que sonhei contigo, talvez tenha sido a ultima oportunidade de rever o que passámos juntos, talvez tenha sido uma última oportunidade de reviver tudo o que sinto por ti ou simplesmente tenha sido a única oportunidade que tive de me despedir de ‘’nós’’, sim, talvez seja isso.
Mas como todos os sonhos, este teve um fim e eu acordei, olhei em direção á janela, e sem coragem para mais nada permaneci ali, deitada, á espera de um motivo para me levantar e poder viver novamente, foi quando recebi uma mensagem, sim, daquele alguém muito especial que me tem ajudado a seguir o meu caminho, que me tem guiado, que me tem dado força, que me deu a mão sem aparentemente pensar duas vezes, que me dá força e me faz sorrir mesmo existindo um enorme esforço para segurar a lágrima que faz de tudo para cair. Foi quando percebi que estava a ser injusta, que percebi que todos os dias ele estava lá, que todos os dias, sem dar por isso, era a razão de eu sorrir, que acontecesse o que acontecesse ele estaria comigo.
Então decidi parar, parar de chorar por aquilo que aconteceu e não tinha solução, decidi levantar-me por mim e por ele, decidi continuar a lutar, decidi aceitar e seguir em frente e prometi a mim mesma, sem ser preciso quaisquer palavras, que nunca o deixaria, que iriamos escrever a nossa história juntos, que seguraria a mão dele e nunca a soltaria, prometi a mim mesma fazê-lo tão feliz como ele me faz a mim, prometi a mim mesma faze-lo sorrir verdadeiramente como ele me faz a mim, mas acima de tudo prometi a mim mesma um dia conseguir ser para ele tudo o que ele é para mim e um dia simbolizar para ele tudo o que ele simboliza para mim, a verdade, uma amizade, um amor, uma vida...»



domingo, 17 de agosto de 2014

Memórias

«...Quem é que nunca acordou com um pesadelo? Quem é que nunca desejou não acordar de um sonho que estava a ser tão perfeito? Quem é que nunca desejou fugir da realidade?
Ás vezes sem me aperceber estou perdida, talvez me vejam por aí, mas de certo eu nem irei reparar na minha figura aleste do mundo, com um olhar distante, sem observar nada em concreto, apenas a olhar o vazio.
Quando desperto, questiono-me o que terá acontecido á minha volta, que palavras foram ou não ditas, então olho para o relógio, por vezes passam-se uns minutos, por vezes muito mais que isso, outras nem passam de uns segundos.
Mas as memórias, não têm tempo, simplesmente vêm, sem pedirem permissão, chegam sem avisar e deixam em nós aquele nó no estômago que por fim, acabamos por perceber que é a saudade.
Sem me aperceber deixo cair uma lágrima, solto um sorriso que me faz suspirar, revivo sentimentos.
Talvez as memórias sejam isso mesmo, não só relembrar cada passo, cada gesto, cada olhar, cada beijo ou cada abraço, talvez seja reviver cada sentimento tal como se fosse a primeira vez, sentir o toque, o perfume e perder-se pela imagem, pelos sorrisos pela história que passou, que não volta, pela história que deixa saudade.
Memórias talvez sejam isso passado, um passado por resolver ou simplesmente que quer ser revivido...»




domingo, 10 de agosto de 2014

Sonhar

«Sonhar, sonhar,
E apenas mais uma coisa querer,
Amar,
E em contrapartida o temos perder.

Sonhar, sonhar,
Sonhar alto sem palavras dizer,
E s limites alcançar,
Sem nada temer.

Sonhar, sonhar,
Sonhar ao escurecer,
E novas terras querer conquistar,
Sem nada querer.

Escada sem corrimão subir,
Só mesmo quem está eternamente a sonhar,
Só mesmo um grande sonhador mais alto consegue ir,
Sem nada para se amparar.

Sonhar, sonhar,
Só mesmo quem não esta acordado,
Quem não tem medo de a realidade enfrentar,
Nem sequer o presente, nem sequer o passado.

E se mais alguma coisa desejar,
Sem sequer o saber?
E se as lágrimas continuar a derramar,
Sem como as conseguir parar saber?

E se já não conseguir guardar mais este segredo,
Será que as pessoas me irão continuar a julgar?
Gostava de saber o dia em que irei perder este medo,
E a vida com um sorriso encarar.

E sem mais nada me lembrar,
E sem mais nada saber,
As lágrimas continuam a derramar,
Á custa da dor que continua a permanecer.»

Sem Quaisquer Condições

«Entre um gole de café e cada fagulha solta pelo o lume, sinto-me aqui, assim, protegida, como se nada pudesse acontecer e aos poucos vão-se libertando os pensamentos, aqueles que me fizeram ficar perdida no tempo durante horas, aqueles que me soltavam sorrisos ao mesmo tempo que outros assaltavam os meus olhos e faziam escorregar lágrimas, mas acima de tudo aqueles que caíam na saudade e permaneciam a cada segundo num coração agora aquecido pelo café quente e pelo lume que fazia a lenha velha estalar, que aos poucos se ia tornando em pouco mais que cinzas.
Pensamentos, no fundo eram esses que me alimentavam e que ao mesmo tempo me destruíam, que me gelavam e ao mesmo tempo que me aqueciam, eram eles que me mantinham viva e ao mesmo tempo me matavam. Pensamentos que, não passavam disso mesmo, meros pensamentos.
Mas tudo aquilo que era, hoje não é. Tudo o que foi fica no passado, e não passarão de memórias, memórias de erros e de quedas que me tornaram mais forte, me ensinaram a perceber quem é apenas mais alguém é quem é alguém.
Talvez não esteja a escrever da melhor maneira, porque estás presente no meu passado, tu foste, tu és, e com certeza sempre serás.
Tu és o café e o lume que me aquecem, a manta que me faz sentir protegida, como nunca ninguém se atreveu a fazê-lo, alguém que me ouviu, alguém que com as suas palavras acalmou o meu mundo e não deixou que ele desaba-se, alguém que em cada palavra, gesto ou atitude está apenas serenidade, alguém que quando falo parece nada mais existir, nem mesmo ''esse alguém'' é como se fosse apenas um anjo, que sem um motivo, sem um porquê, que num momento de tempestade onde onde mar me ia engolir, se atravessou á frente e me cobriu com as suas asas, com a promessa de que nada de mal iria acontecer.
Alguém que me aceitou, alguém de quem eu não soltarei as minha mãos, com a promessa de que todos os dias olharei por ele, sem quaisquer condições...»

sábado, 9 de agosto de 2014

Medo

«O que é viver?
O que é amar?
E se partirmos e deixarmos palavras por dizer,
Sem nunca termos tido oportunidade para as orar?

Será que alguém já pensou?
Para que serve viver?
De que é que serve tudo aquilo que conquistou,
Se aquilo que mais queria nunca se pode ter?

E se amanhã não acordar?
E se o amanha não houver?
De que é que vale lutar,
Se se perde tudo aquilo que se quer?

Porquê não aproveitar?
Porquê não ver o amanhecer?
Porquê neste momento não te ir beijar?
Porquê tanto medo de perder?

Para quê medo de ter medo daquilo que medo não devo ter?
Se a vida é feita de medos que só nos fazem perder,
Medos que nos atormentam sem nos deixar atrás do futuro correr,
Medos que atormentam e que a vida não deixam viver.

Afinal medo para quê ter?
Medo que não nos deixa viver,
Medo, ao certo nada saber,
Medo? Apenas medo de não esquecer.»

Uma Simples ''Folha''

«Não escrevia há algum tempo, apesar disso estava em mim presente aquela enorme vontade e aquele desejo incontrolável de o fazer, só não sabia como agarrar novamente numa caneta e rabiscar algo com o minimo de sentido possível, visto que tudo o que me rodeava encontrava-se ao contrário ou talvez fosse a minha vida que já não sabia o seu rumo. Sim, talvez fosse isso, a minha vida.
Olhei para a folha vazia á minha frente, não sabia por onde começar, o que escrever, que palavras usar, mas eu precisava de fazê-lo, eu precisava de escrever, eu precisava de dizer tudo o que não foi dito, precisava de soltar todas as palavras que ficaram presas pelo medo de perder.
Foi nesse instante que percebi o verdadeiro motivo pelo qual não conseguia escrever, a folha estava, velha, amarrotada e rasgada, por mais que tenta-se iria sair sempre um borrão de tinta, que ninguém iria perceber e muitos nem sequer fariam o minimo de esforço.
Eu desisti. Desisti daqueles que desistiram e daqueles que não tentaram.
Chamaram-me de louca, e sem me questionarem arriscaram trocar aquele pequeno pedaço velho de papel já amarelado da idade resultando numa tentativa falhada, eu sabia que quem senti-se exatamente o mesmo eu iria perceber aquele ''borrão'' de tinta que manchava o manchava.
A folha tinha sido tantas vezes amachucada, trocada e esquecida pelos outros, e sem ninguém pensar nela estavam memórias, memórias de um ''para sempre'' que tinha acabado, memórias de palavras e oportunidades em vão, memórias de sonhos idealizados que não passavam disso, memórias.
O que não era apenas uma memória era o sofrimento presente bem como o sentimento de ter sido usado, usado por alguém que precisava dele e que se acabou por esquecer da sua existência, alguém que se esqueceu que quando se escreve seja o que for numa folha, ficará sempre a sua marca, alguém que se esqueceu que depois de ter tido tantas oportunidades jamais algum dia voltaria a ter outra. Mas acima de tudo alguém que desprezou uma página cheia de história, sentimentos, amor, vida, alguém que desprezou todas as oportunidades para lutar por ela.
Essa folha não precisava de ser escrita ou amachucada, essa folha não precisava de ser completa por cada bocadinho em falta, essa folha precisava de alguém que a aceita-se tal como ela realmente é...»

sábado, 2 de agosto de 2014

A Cidade

«As luzes da cidade continuam intensamente a brilhar,
Algo mais interessante perece não haver,
Até uma leve melodia por ali ecoar,
Sendo apenas ouvida por aqueles que outro mundo querem conhecer.

Tudo de repente pareceu mudar,
As pessoas outras pareciam ser,
O ambiente parecia ter agora outro pesar,
Como se tudo mais leve fosse agora ser.

Agora é que eu percebi,
Esta tristeza que não consigo apagar,
Foi de vós que recebi,
Pelo amor que ficou por dar.

Pergunto-me qual alma perdida,
Conseguirá embalada ser,
Ao sentir-se tão sozinha,
No meio da noite onde as luzes estas conseguem vencer.

Será que esta gente sabe sonhar?
Como conseguirão o certo e o errado decidir,
Sem se quer tentarem uma resposta encontrar,
E apenas duvidas deixarem surgir?

Um anjo o céu parece sobrevoar,
A sua ternura faz a terra estremecer,
O amor ele estava a espalhar,
Ele estava a ensinar a viver.

As pessoas começaram a sorrir,
As crianças foram para a chuva brincar,
A felicidade começaram a descobrir,
E os casais começaram-se a beijar.»



Fria

''Admito que sou um pouco fria, escondo ao máximo aquilo que sinto, eu apenas não me quero voltar a magoar, mas são muitos aqueles que criticam e que julgam sem se quer tentarem perceber.
Eu prometi a mim mesma que me iria proteger, e é isso que estou a fazer, congelei cada lágrima, destruí cada beijo dado, quebrei cada abraço, e vi todos os meus sentimentos a verterem sangue enquanto ardiam.
É difícil seguir em frente sem olhar para trás, ainda por cima quando deixamos tudo para trás e a dor ainda nos continua a perseguir.
Hoje sou apenas um corpo, não resta nada de mim, apenas isto.
Não sei porque estou a escrever tudo isto, talvez seja por ver beijos sem amor, abraços sem vontade, namoros sem se amar, palavras ditas apenas porque sim ou palavras simplesmente ocas.
Tenho saudades do que é verdadeiro apesar de, ao mesmo tempo ter medo de sentir, no entanto vejo pessoas que não sentem nada a fingirem que são capazes de o fazer.
Talvez ainda sinta alguma coisa, eu sei que sinto, eu sinto saudade daquilo que era, sinto medo do que sou e medo de que todos os outros se tornem no mesmo que eu, que se tornem em ''nada''...»

a questão não é estar sozinha e sim se sentir sozinha. sabe quando nada te anima, as pessoas não te chamam mais a atenção, você para e olha ao seu redor e não vê nada de interessante? então. (beatrizfavato)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Para Alguém Muito Especial

A Carta Que Nunca Irás Ler...

«Eu apenas sei as vezes que me sento sozinha, perdida como se não tivesse ninguém.
Eu sei o que são segurar lágrimas, sei o que é sorrir para não chorar tal como sei que nunca nada dura até sempre, mas pensar nisto não vai apagar as noites em claro, não vai amenizar a dor que sinto nem anestesiar o amor que, que nasceu sem qualquer motivo, por ti.
Tenho pensado onde ficou aquele sorriso sincero, onde ficou perdido aquele olhar a brilhar, onde deixei aquela força para continuar, onde ficou aquela vontade de viver.
Ás vezes parece que nada vale a pena, como se todo o esforço, cada sentimento, cada palavra, cada texto fossem em vão, tão vazios como eu.
Alguém que já não sabe o que quer, alguém que já não sabe sorrir, alguém que já não sabe quem, alguém que não se conhece a si própria. Mesmo assim pergunto-me se tudo isto será importante, se o que sinto será importante, se eu serei realmente importante.
Em mim só permanece uma certeza: Preciso de ti!
Sei que nunca irás ler isto, por isso não sei o porquê de tentar encontrar as palavras certas ou a melhor forma de as dizer, talvez seja por haver uma parte de ti em mim, uma história, momentos, sorrisos outrora verdadeiros, abraços de conforto, que me acolheram em dias gelados capazes de me aquecer em dias gelados, beijos, as mãos unidas que pareciam nunca se separar, no fundo, o nosso ''nós''.
Não tenho mais forças, nem para lutar, nem para desistir, desculpa se não sou mais aquela rapariga sorridente, sonhadora e lutadora,não consigo lutar contra todas as marcas, todas as feridas, todas as lágrimas, talvez um dia consiga.
Não costumo demonstrar os meu sentimentos, mas tu foste  unica pessoa que me ajudou a continuar, que me ajudou a sorrir, que me ensinou a confiar, me ensinou a amar, me ensinou a viver.  
Nunca desisti, nem irei desistir de nós.
És mais importante do que aquilo que possas pensar.
Amo-te mais que tudo...»

(Dedicado a: A.M.R.)


Saudade?

«Saudade é perdão pedir,
Saudade é o que me faz perder,
E com orgulho para não o admitir,
Eternamente continuar a sorrir e com o passado reviver.

Saudade é no futuro acreditar,
Sem certezas de um novo dia ver nascer,
Na esperança de que o passado no futuro se possa tornar,
Na esperança de que no passado se possa adormecer.

Se um dia todas as memorias deixar fugir,
Ultrapassarei os meus limites a tentar alcançá-las,
Para que de novo todos os sentimentos possa sentir,
Porque também não era minha intenção soltá-las.

Saudade é sentir o que não se sentiu,
Saudade é desejar quem nunca se amou,
Saudade é desejar alguém que de nós nunca se despediu,
E que com o futuro nunca se preocupou.

Saudade é em vão viver,
Saudade é deixar de acreditar,
Saudade é tudo ou nada querer,
Saudade é não abrir os olhos depois de os fechar.

Saudade são lágrimas a cair,
Saudade é ver o dia escurecer,
Ver alguém que amamos partir,
E não sabermos quando a voltaremos a ver.

E se a saudade tudo isso é ou pode ser,
Afinal que palavras poderão a tristeza definir?
A que palavras poderemos recorrer?
Que palavras demonstrarão aquilo que estou a sentir?»



A Vida

«A vida é um risco viver,
É andar sobre um fio sem nada nem ninguém nos amparar,
É olhar para baixo sem deixar o medo vencer,
É passo por passo uma nova vitória conquistar.

A vida é de viver cansar,
A vida é lutar sem nada conhecer,
A vida é todos os dias um pouco de nós conquistar,
Sem medo ou receio do que possa vir a acontecer.

A vida são os que mais amamos, perder,
E mesmo assim termos de continuar a lutar,
Sem nunca deixar-mos a tristeza e a dor vencer,
Sem nunca uma lágrima podermos deixar o nosso rosto molhar.

E quando o vento rugir,
As folhas dos ramos irão se soltar,
Jamais ao ramo voltarão a subir,
Jamais no ramo a que pertenciam voltarão a balançar.

Do chão não irão passar,
Mas o seu perfume irão perder,
No chão quando pisadas ouvir-se-ão chorar,
Depois disso nunca mais voltarão a viver.

Vendo a leve brisa por entre os campos passar,
Recordando o horrendo som do vento a rugir,
Afinal quem é que nunca teve receio de contra o vento lutar?
Afinal quem é que nunca pensou do vento fugir?

Contra as rochas as ondas a bater,
E mesmo de longe ouvi-las a rebentar,
Consigo trazem o amanhecer,
Será que consigo os sentimentos conseguem levar?

As ondas uma doce melodia conseguem cantar,
Que até as profundezas conseguem percorrer,
Conseguindo mais luz a noite dar ao luar,
Oferecendo mais calma ao desconhecido que ainda está por conhecer.

E quando a folha dentro de mim voar,
Á procura de algo novo descobrir,
Essa folha irá se libertar,
Conhecer o desconhecido sem rumo certo para onde ir.


A lágrima mais pesada é aquela que não cai,
Que o nosso rosto não chega a molhar,
Por alguém que amamos e embora se vai,
E não sabemos se algum dia irá regressar.»

terça-feira, 29 de julho de 2014

Alguém Como Eu

«...Não importa quem sejas, não importa o que digas e tão pouco o que faças.
Não é preciso saber a história, nada disso interessa, a vida é feita de histórias e momentos mas tu és feito daquilo que sentes.
Nada precisa de ser dito, só precisas de ser tu.
Não interessa que não hajam palavras para trocar, pudemos simplesmente ficar quietos, apenas nós ali, apenas nós e tudo o que nos rodeia e o nosso olhar.
O mesmo olhar que me faz viajar não sei bem por onde e me deixa perdida em sonhos, o mesmo, o mesmo olhar, que sem saber o porquê, me faz sorrir, o olhar que não conheço mas que todas as noites imagino.
No fundo imagino alguém como eu, alguém que se sente desamparado e sozinho, alguém que vive todos os dias dependente de um abraço que não recebe, alguém que imagina um ''adoro-te'' ou um ''amo-te'', alguém que sonha um dia conseguir sorrir verdadeiramente, sem fingimentos, sem aquela vontade enorme de cair em cima da cama e fechar os olhos, sem aquela lágrima a querer soltar-se, apenas sorrir verdadeiramente. Ao mesmo tempo imagino alguém sonhador e lutador, alguém que procura nas suas quedas mais força e mais motivos para continuar, alguém que por mais dor que sinta, todos os dias enfrenta um novo dia, sem nunca desistir, mesmo que por vezes seja essa a vontade.
Imagino-te alguém como eu, mas acima de tudo, imagino-te a ti, apenas a ti...»

domingo, 27 de julho de 2014

O Fruto Proibido é o Mais Apetecido

«...Olhei á minha volta, apenas via o mundo.
A cidade era invadida pela noite, e a luzes expandiam-se pela escuridão, que vinha numa tentativa falhada de impedir cada um de ver o seu caminho.
O que a escuridão não sabia, é que todos aqueles que viam, eram os mais cegos.
Eles não reparavam na beleza da noite, na forma como a lua subia ao céu, na forma como o vento soprava, na forma como as ondas rebentavam acabando por chocar contra as rochas, como se fosse um grito para aqueles que não conseguiam ver, um grito para aqueles que não conseguiam ouvir, mas acima de tudo um grito para aqueles que não conseguiam sentir.
Como era possível alguém amar se não conseguia sentir? Como era possível alguém sentir qualquer tipo de sentimento se não está disposto a isso?
Eu sentia, ou melhor eu senti. Mas o medo assaltou-me e fez-me refém dele n,ão havia forma de fugir disso, julgava eu.
Mas eu comecei a ver s coisas de forma diferente, o brilho da cidade, o cheiro do mar, o toque do vento, o sabor do correr riscos, a adrenalina da aventura... mas não podia contar nada a ninguém. Ninguém iria perceber.
Mas faltava alguma coisa. Eu precisava de descobrir o que era, eu não conseguia viver incompleta.
Procurei por todo o lado, mesmo não sabendo o que andava a procurar. Eu estava a conseguir viver pela primeira vez e precisava mesmo de encontrar fosse o que fosse que eu tanto ansiava alcançar.
Foi então numa noite, onde o mar preenchia todo o meu olhar, quando pensei em desistir,  que tu te aproximas-te de mim, me olhaste nos olhos, me deste a mão e me beijas-te.
Tinha encontrado finalmente o que tanto procurei: Amor.
Depois disso partis-te, partis-te em direção ás estrelas.
Nesse momento escorregaram lágrimas de saudade por tudo o que não aconteceu.
Todas as noites costumo ir em direção ao mar e ver as estrelas, sei que tu estás lá, sei que é uma delas.
Mas eu não consigo esperar mais. Não posso esperar para nos olharmos nos olhos mais uma vez, não posso esperar para darmos as mãos mais uma vez, não posso esperar mais por um beijo teu.
Por isso saltei sobre o mar que me deu asas para ir ter contigo, e voltar a ver o teu olhar, o teu sorriso, a tua figura.
O fruto proibido é o mais apetecido, mas não é impossível, tal como o nosso amor, não importa onde esteremos, irá sempre existir...»


sábado, 26 de julho de 2014

Eterna Saudade

«Depois de tantos momentos contigo viver,
Sempre deles me lembro e começo a pensar,
Excelente era se tudo voltasse a acontecer,
Mas contigo ao teu lado acordar.

E quando me envolves no teu abraço caloroso,
Um gesto teu que me dá segurança,
De todos os gestos o mais amistoso,
Que tudo me ajuda no mundo ter mais confiança.

A saudade é a queda de uma lágrima,
Que cai com esse motivo mas cai sem querer,
Surge quando uma nova página é virada,
Quando os momentos não foram esquecidos
E existe vontade de mais uma vez os viver.

Saudade e o passado amar,
Por todos os momentos até aqueles que consegui esquecer,
Saudade é reviver uma historia que ao passado nos faz voltar,
Em que todos os momentos marcam e nos fizeram crescer.

Saudade não significa tudo lembrar,
Saudade é com o passado adormecer,
E o passado é quando me estavas a abraçar,
E tudo a minha volta fazias-me esquecer.

Saudade é não saber o que querer,
Apenas desejo de que tudo atrás possa voltar,
Desejo de o passado reviver,
Desejo de algo sentir o desejo de voltar a amar.

Saudade é ter fome e mastigar,
Sem nada se poder comer,
Saúde é apenas com lembranças sonhar,
Porque o passado não pudemos reviver.

Saudade é da lembrança fugir,
Como se tudo de novo pudesse acontecer,
Saudade é um sentimento de que ninguém pode fugir,
Porque ninguém depois tem sítio para ir ter.

Saudade é apenas saudade,
O sentimento de algo desejar,
É a procura do passado viver com liberdade,
Que faz as lágrimas o rosto molhar.

Sentimentos é algo que não se pode explicar,
Algo que com palavras não se consegue dizer,
Algo que até com pequenos gestos se consegue provar,
Gestos que são difíceis de esquecer.»

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Afinal Todos Somos Escritores

«...Dei por mim acordada ás três da manhã, não tinha sono, apenas tinha uma grande vontade de escrever.
Agarrei numa folha de papel e numa caneta de tinta azul, a que estava mais a mão, e comecei, quer dizer, eu tentei.
Havia em mim uma enorme vontade de escrever, sentia essa necessidade, eu precisava de fazê-lo, mas as ideias estavam tal e qual como o sono, andavam desaparecidas.
Eu não desisti. Apenas deitei a minha cabeça sobre aquela folha livre de qualquer vestígio de tinta e fechei os olhos. Jurava ter sido apenas um momento, mas foram largas horas que assim permaneci, tudo estava igual, eu estava na mesma posição, a folha continuava limpa e escondida debaixo da minha cabeça e a caneta continuava presa entre os meus dedos que com a rotina e com o tempo já não eram quase capazes de a soltar. O que tinha mudado eram os ponteiros do relógio, porque até as ideias continuavam perdidas não sei bem por onde.
Para mim naquele momento não era importante escrever sobre o amor, a saudade ou sobre aquilo que sentimos, naquele momento nada para mim era importante ou quase nada.
Estava apenas eu ali, com a folha e a ''borra-tintas'', aquele silêncio era agradável e ter a mente vazia ainda conseguia ser mais, e comecei a escrever.
Comecei a escrever sobre nada, afinal todos somos escritores, não interessa o que escrevamos...»

Dois Corpos Únidos

«A lua brilhava,
O vento limitava-se a entregar,
A lua mais longe ir desejava,
Mas o vento não ninguém sabia amar.

A lua magoada ficou,
Por o vento o mesmo que ela, não desejar,
Sentiu dor como se fosse a primeira vez que alguém a magoou,
E prometeu nunca mais amar.

Ninguém regras me irá impor,
Por aquilo que quero vou lutar,
Chega! Vou acabar com esta dor,
Chega de sofrer, chega de amar.

Porque amar é amar,
Porque quem ama tem prazer,
Desta forma os corpos juntar,
Desta forma tudo o resto esquecer.

Depois de os corpos juntar,
Os corpos já mais começaram a ceder,
Num ritmo de quem sabe amar,
Num ritmo de quem não está a sofrer.

Os corpos começaram a transpirar,
O seu suor gotas de prazer,
Que faz os sentimentos gritar,
E tudo o resto esquecer.

O corpo oposto agarrar,
Para não o deixar partir,
Para unidos os corpos continuarem a dançar,
Tão unidos que nada separá-los irá conseguir.

Dois corpos tão unidos que num se conseguiram transformar,
Com a voz trémula, pois até ela começa o prazer sentir,
Com toda a sua força começa os lençóis a agarrar,
Pela noite fora os corpos se continuaram a mover.

Já tinha acabado a noite e começava a amanhecer,
Os corpos cada vez mais apreçados pareciam estar,
Cada vez mais depressa se estavam a mover,
E os seus olhares os corpos estavam a penetrar.

Horas e horas sem parar,
E nem um segundo pareciam ceder,
Cada vez mais os corpos estavam a desejar,
Cada vez mais os corpos um no outro se estavam a perder.

O ritual não tinha fim,
Os seus beijos pareciam não acabar,
Nunca tinham sentido nada assim,
Os seus corpos não se conseguiam controlar.

Naquele ritmo vai e vem,
Num ritmo de quem sempre mais esta a desejar,
Ambos os corpos queriam ir mais alem,
Mais longe do que o próprio alcançar.

Cada vez mais os corpos se uniam,
Num ambiente abrasador,
Cada vez mais um do outro queriam,
Cada vez mais se tornava intenso aquele odor.

Os corpos mais se uniam,
Os corpos mais se amavam,
Os corpos mais que o mais queriam,
Os corpos mais que o mais desejavam.

Cada vez mais o ritmo acelerava,
Cada vez mais se podia sentir o cheiro do prazer,
Cada vez mais se desejavam,
Cada vez mais se queriam conhecer.

Naquela dança inesperada,
Que fim não parecia ter,
ela sentia-se cada vez mais desejada,
Nado os fazia ceder.

Eles apenas se desejavam,
Eles apenas se queriam conhecer,
Eles cada vez com mais desejo gritavam,
Eles só queriam mais e mais prazer.

Eles nunca se largavam,
Eles não queriam parar,
Beijos, olhares, toques que se entrelaçavam,
Que faziam com mais intensidade os corpos balançar.

Já num ritmo que ninguém consegue alcançar,
Com mais força para que mais pudessem sentir,
Foi então que a começou a penetrar,
Para que mais longe ela pudesse ir.

Ela mais forte começava a gritar,
O seu gemido de longe se conseguia ouvir,
Ele cada vez com mais força começava-a a agarrar,
Para que mais prazer ambos pudessem sentir.

Correu a ultima gota de prazer,
Tanto o corpo de Eva como de Adão,
Unidos vieram a adormecer,
E deste gesto surgiram os sentimentos, a paixão.

Criaram o amor,
E fizeram com que todos o sentissem,
Sem vergonha, sem pudor,
Para que lutassem e nunca desistissem.

O amor a todos fizeram chegar,
E a esperança fizeram nascer,
Sem nunca o amor negar,
Sem nunca o amor esquecer.

Agora chamo esperança ao amanhecer,
Agora chamo amor ao luar,
Por tanto eu sofrer,
Na Eva e Adão não consigo acreditar.

Eles criaram o amar,
O amor é preocupação,
É um jogo onde regras não se pode impor,
É um jogo onde se joga com o coração.»

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Para Eternamente Te Continuar a Amar

«Sinto-me sozinha,
Tento encontrar uma forma de sorrir,
Sinto-me perdida,

Não posso mais fugir.
Até por mim fui iludida,
Tento agora me encontrar,
Sem perceber que isso de nada valia.
Agora é tarde de mais para atrás voltar.
Deito-me e só quero adormecer,
E de novo com o vazio volto a sonhar,
De pouco vale viver,
Quando pouco há para conquistar.


Esta noite contigo sonhei,
Ao meu lado deitado estavas,
Os teus lábios beijei,
Enquanto tu me abraçavas,
Eu me arrepiei,
Dizias-me palavras doces e delicadas,
Por elas me apaixonei,
A minha pele com desejo molhavas,
Até que finalmente acordei,
Ao meu lado já não estavas, 
Senti saudades tuas,
Enquanto em ti pensava.

Tento tudo enfrentar,
Sem um pouco de mim conhecer,
Foi a única resposta que consegui encontrar, 
Por pensar que este grande amor iria conseguir esquecer.


Antes de perceber,
Pensava ser paixão,
Depois de ver as ondas rebentar nas rochas bater,
Fiquei a pensar que seria obsessão,
De tanto desejar e de tudo querer,
Tudo se tornou desilusão,
Queria-me afundar no mar e conseguir perceber,
Mas tudo se tornou uma confusão,
Já não sei o que desejar já não sei o que querer
Entre quais dos corpos amar,
Entre quais dos corpos me
perder...

Palavras repetir,
Para mais um virgula acrescentar,
Para eternamente continuar a sorrir,
Para eternamente te continuar a amar.»